A presença nos pequenos municípios é um desafio para as siglas, especialmente as recém-criadas. O PSL, partido que mais cresce em número de filiados, já pôs em prática estratégias para aumentar a sua capilaridade. E a executiva estadual de São Paulo tem sido uma espécie de "laboratório" para o restante do País, com o "PSL na Estrada".
Lançado em dezembro passado, o movimento faz semanalmente uma incursão em uma das 16 mesorregiões do Estado, "levando as nossas bandeiras e conversando com as lideranças, em cidades totalmente abandonadas pelos outros partidos", afirmou o deputado Junior Bozzella, presidente estadual do PSL paulista e vice-presidente nacional do partido. O projeto já percorreu 6 mil quilômetros pelo Estado, e a executiva já contatou 127 municípios.
Outra iniciativa para expandir a legenda no interior é o PSL+, que estabeleceu como meta para cada presidente de diretório municipal filiar 17 novos simpatizantes por mês.
Para o PSDB, que tem décadas de estrada e governa o Estado, o cenário é diferente. O partido já está presente nos 645 municípios paulistas. "Nossa estratégia consiste na constante avaliação de resultados e na renovação do partido", disse ao <b>Estadão </b>o presidente estadual tucano, Marco Vinholi, também secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo.
Hoje, a sigla trabalha com 43 coordenadores divididos pelas regiões do Estado e com Coordenadorias e Colegiados Regionais. "Os movimentos de militância, como Tucanafro, Juventude, Mulheres e Diversidade, fazem com que o PSDB fique cada vez mais plural e forte."
Lara Mesquita, pesquisadora do Cepesp, explica que os partidos mais antigos, como o MDB, têm mais facilidade para conquistar a tão desejada capilaridade. "Não é algo que se constrói rapidamente. Até 2018, o PSL era um partido nanico e sem recursos. Manter vários diretórios e ter filiados espalhados pelas cidades tem um custo que só partidos com recursos do Fundo Partidário e que controlam a máquina pública conseguem cobrir", afirmou ela.
<b>Aos poucos
</b>
Segundo ela, a capilaridade não vem de um dia para o outro, é preciso apostar em estratégias. "Desde o começo dos anos 1990, o PSDB fez um trabalho de formiguinha, convidando prefeitos eleitos em cidades do interior para se filiarem ao partido", explicou a especialista.
Enquanto nas cidades pequenas a população está mais próxima do poder público, nas grandes esse é um desafio constante para as siglas. A analista jurídica Flavia Moura, de 23 anos, mora em São Paulo e participa ativamente da política municipal, mas longe dos diretórios partidários. Ela faz parte do Levante Popular da Juventude, movimento que tem entre suas pautas a redução das desigualdades e a valorização da periferia. "Me vejo mais próxima do povo, dialogando no dia a dia no movimento, do que se estivesse em um partido eleitoral", afirmou ao <b>Estadão</b>. Fazer parte de uma legenda não está entre os seus planos. "Nunca me filiei porque nunca me senti representada por nenhum partido." As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>