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Capital Economics: Coalizão de esquerda lidera eleições na França e RN fica aquém do esperado

O segundo turno das eleições legislativas da França viu a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) emergir como o maior grupo no parlamento, segundo análise da empresa independente de pesquisa Capital Economics. Enquanto isso, a Reunião Nacional (RN) obteve um resultado "muito aquém do esperado", ficando em terceiro lugar.

De acordo com a consultoria, este resultado inesperado ainda coloca o partido do presidente Emmanuel Macron (Ensemble) em uma posição "delicada", terminando em segundo lugar.

"Ainda existe o risco de que Jean-Luc Mélenchon, de extrema esquerda, seja nomeado primeiro-ministro. E mesmo que isso não aconteça, o impasse parlamentar irá dificultar os esforços para colocar as finanças públicas numa base sustentável", diz a Capital Economics em relatório realizado neste domingo, 7.

Como no primeiro turno, a consultoria destaca que a participação foi excepcionalmente elevada na votação de hoje. Com isso, as estimativas preliminares sugerem que isto beneficiou a "frente republicana" ainda mais do que se esperava.

As pesquisas de boca de urna colocam o RN entre 130 e 150 assentos, o que é um enorme déficit em relação ao desempenho do partido no primeiro turno, que ficou em primeiro lugar em quase 300 círculos eleitorais – embora isso ainda significasse que o partido aumentaria significativamente seus assentos na Assembleia Nacional.

Já o Ensemble parece ter conquistado entre 150 e 170 assentos (abaixo dos cerca de 250). Espera-se que a Nova Frente Popular (NFP) de esquerda tenha obtido resultado superior ao qualquer outro grupo, conquistando entre 172 e 192 assentos.

Na avaliação da Capital Economics, agora as atenções estarão voltadas para Macron, que terá a tarefa de nomear um novo primeiro-ministro. "Com a NFP detendo a maioria relativa, espera-se que pressione pela nomeação de um de seus membros para o cargo, com Mélenchon sendo um candidato provável devido ao seu papel de liderança dentro da coalizão", projeta.

O resultado eleitoral marca um ponto de inflexão na política francesa, na visão da consultoria, sinalizando uma mudança significativa na paisagem política e possivelmente indicando um período de incerteza e negociações complexas à frente.

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