A rivalidade entre argentinos e brasileiros no esporte mais uma vez passou dos limites e terminou com atos vexatórios de racismo contra um atleta nacional. Em post em suas redes sociais para celebrar a conquista do Sul-Centro Americano de Handebol, disputado na semana passada em Buenos Aires, o capitão da seleção verde-amarela, Thiagus Petrus, revelou ter sido vítima de discriminação.
Em post de total desabafo, o brasileiro ainda reclamou da organização da competição. "Campeões do Sul-Centro Americano! 5 jogos em e dias para atletas profissionais que só aumenta o risco de se lesionarem, sem descanso desejado, dois jogos em menos de 24 horas, sem que os organizadores da competição se importem", iniciou seu desabafo. "Atrasos no transporte, comida e instalações que não sejam a mais adequada para atletas. E pra completar uma minoria que atrapalha o esporte", seguiu, revelando, logo a seguir, os atos de racismo.
"No final do último jogo, foram jogadas três bananas na quadra que eu vi. Pode ser que tivesse mais alguma. Se isso não fosse suficiente, recebi mensagens discriminatórias e coloco apenas uma delas que recebi. Difícil estar feliz com esse tipo de situação, mas certo de que estou no caminho certo se a minoria racista fica incomodada com o meu trabalho e dos meus companheiros", escreveu, revelando que foi chamado de "macaco da selva" e que ainda contava com três emojis de gorila.
"Esperando alguma atitude que quase nunca chega", concluiu, revoltado pela falta de punição no esporte para os racistas. Os argentinos não aceitaram a derrota por 28 a 26 e atacaram os brasileiros assim que a decisão terminou.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) divulgou nota oficial repudiando mais uma vez atos de racismo contra atletas do Brasil e pedindo punição. "O Comitê Olímpico do Brasil repudia e condena veementemente as manifestações racistas denunciadas pelo atleta Thiagus Petrus em sua página no Instagram, ocorridas no campeonato Sul Centro Americano de handebol, em Buenos Aires (ARG)", iniciou a nota.
"Não há espaço para preconceito e é absurdo que, em 2024, ainda sejam vistos casos de discriminação e injúria no esporte ou em qualquer esfera da sociedade. O COB ressalta que este tipo de violência não deve ser tolerada e pede que as autoridades competentes investiguem e ajam de acordo com a gravidade do caso. Racismo é crime. Combatê-lo diariamente é dever de todos nós."