A captação líquida dos fundos de investimento no acumulado do ano até setembro somou R$ 73,6 bilhões, crescimento de 192% em relação ao observado no mesmo período do ano passado, quando a captação chegou a R$ 25,2 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
“Temos muitos desafios à frente e isso gera volatilidade, favorecendo os produtos mais conservadores”, destaca o vice-presidente da entidade, Carlos Ambrósio. De janeiro a setembro a captação para os fundos de renda fixa foi a R$ 31,2 bilhões, ante R$ 9,8 bilhões no mesmo intervalo do ano passado. Em ações, por outro lado, o apetite ao risco segue baixo por parte dos investidores. Nesse mesmo período o resgate líquido nessa categoria alcançou R$ 3,9 bilhões, ante uma saída líquida de R$ 14,5 bilhões.
Ambrósio destaca que os fundos multimercados souberam se posicionar diante da rentabilidade. Essa modalidade, que registrou nos três primeiros trimestres do ano passado um resgate líquido de R$ 19,9 bilhões passou para uma captação líquida de R$ 10,4 bilhões.
A rentabilidade dos fundos multimercados do tipo dinâmico no acumulado do ano até o fim de setembro foi de 10,50%; os multimercados long and short neutro, de 16,06%; os long and short direcional, de 13,53%; os da categoria macro, de 14,63%; do tipo livre, de 11,04%; os multimercados juros e moedas, de 1,47%; e, por fim, os de investimento no exterior anotaram rentabilidade negativa de 1,46% no período analisado.
Já os fundos de renda fixa tiveram na média rentabilidade um pouco inferior. O renda fixa simples foi de 9,62% de janeiro a setembro; o renda fixa duração baixa soberano, de 10,36%; o de duração baixa grau de investimento, de 10,53%; o de duração média grau de investimento, de 10,64%; o de duração alta grau de investimento, de 13,43%; o de duração livre grau de investimento, de 11,06%; e o renda fixa duração livre crédito livre, de 9,94%.
O movimento dos investidores pelo efeito de queda de taxas de juros, por exemplo, deverá ser gradual e começar a ser notado mais evidentemente quando o ciclo de corte das taxas estiver “do meio para o final”, destaca Ambrósio.
Depois de uma captação positiva no terceiro trimestre do ano, que chegou a R$ 29,565 bilhões, o vice-presidente da Anbima destaca que historicamente o último trimestre do ano é marcado pela retirada líquida de cerca de R$ 20 bilhões.
A melhor captação de julho a setembro, disse, foi um dos reflexos da definição da situação política no Brasil, que trouxe alguma confiança sobre o direcionamento da economia do País.