As captações das companhias brasileiras seguem em ritmo de desaceleração no primeiro trimestre de 2015, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Em março, o volume de ofertas chegou a R$ 3,1 bilhões, uma queda de 73% em relação a março de 2014, concentrado no segmento doméstico de renda fixa, perfil que vem marcando 2015. Entre as operações do mês, as debêntures responderam pela maior parte do volume, 78,8%, seguidas das ofertas com notas promissórias, os restantes 21,2%.
Ao longo do primeiro trimestre não houve colocação de ações por parte das empresas brasileiras, nos mercados doméstico e internacional, nem o lançamento de títulos externos de dívida ou de securitização, acrescenta a Anbima.
Com isso, o resultado acumulado das operações corporativas nos primeiros três meses de 2015 (R$ 10,1 bilhões) é o pior dos últimos sete anos, em comparação aos primeiros trimestres de anos anteriores. Mesmo levando-se em conta a emissão de debêntures de leasing, de R$ 10 bilhões, realizada em janeiro de 2015, houve uma queda de 21,9% no volume das captações locais de renda fixa em relação ao mesmo período de 2014. Desconsiderando-se a captação de leasing, a queda passa a ser de 60,7%.
Segundo a Anbima, a desaceleração das captações reflete o ambiente de incerteza que marcou o início do ano, em um contexto de elevação das taxas de juros e aversão a risco de investidores estrangeiros. Este movimento tem influenciado também as características dos ativos. As debêntures, por exemplo, alcançaram prazo médio de 3,7 anos em 2015 e foram, em grande parte, indexadas à taxa DI (82,7% do volume).
Ainda assim, em março, houve o lançamento de mais um ativo incentivado: a debênture da Salus Infraestrutura Portuária, que movimentou R$ 320 milhões, observa a associação.