Neste mês, ao menos quatro grandes empresas anunciaram operações de captação de recursos no mercado internacional por meio de títulos de dívida (bonds) vinculados a critérios ESG (sigla para boas práticas ambientais, sociais e de governança). Suzano, Movida, B3 e Rumo captaram juntas US$ 2 bilhões, conforme informou a <i>Coluna do Broadcast</i>, mas registraram uma demanda cerca de quatro vezes maior.
As operações preveem uma remuneração adicional caso as metas ESG não sejam atingidas no prazo combinado. A maior parte dos compromissos está relacionada a medidas ambientais, mas já começam a aparecer também propostas na área social, como maior porcentual de mulheres em cargos de liderança.
Embora incipiente, o movimento reflete o que está por vir. Na opinião do economista-chefe do Modalmais, Álvaro Bandeira, esse é o caminho do futuro para empresas serem bem precificadas no mercado local e internacional. O próximo passo, segundo ele, devem ser atuações mais decisivas de formadores de opinião e analistas, para disseminar a cultura junto aos investidores. "Em termos gerais, o Brasil está atrasado no desenvolvimento de políticas mais responsáveis sobre meio ambiente, gestão financeira e social, mas o setor privado já está capturando isso", avalia.
O impacto dessas medidas no preço das ações não tende a ser imediato. Porém, com relação ao potencial de valorização da empresa, essas emissões têm viés positivo, porque representam um custo menor das dívidas no médio e longo prazo em comparação com as emissões de títulos de dívida tradicionais.
Segundo Vitor Suzaki, do Banco Daycoval, é cedo para afirmar que isso pode influenciar a lucratividade das empresas, porque essas emissões ainda não são a maioria do endividamento das companhias. Se isso acontecer, pode implicar despesa financeira menor, o que é sempre bem-vindo, e remuneração maior aos acionistas por consequência.
Pedro Galdi, da Mirae Asset, ressalta que o mercado financeiro global abre janelas, seja para emissões em renda variável ou para renda fixa. E os investidores no exterior, segundo ele, estão receptivos a lançamentos de empresas com rating elevado e principalmente as bem enquadradas no conceito ESG.
Com relação às recomendações de Top Picks da próxima semana, a Ativa tirou apenas duas ações de sua carteira. Saíram Ambipar ON e Alliar ON para dar lugar a Camil ON e Carrefour ON. Permaneceram Marfrig ON, Copel PNB e Weg ON. O Banco Daycoval manteve Assaí ON, Eztec ON e Hapvida ON e tirou Usiminas PNB e Vale ON para colocar Ambev ON e Magazine Luiza ON.
A carteira da Elite teve uma alteração apenas, saindo Petrobras PN e entrando Intelbras ON. Ficaram Assaí ON, M. Dias Branco ON, Méliuz ON e Weg ON. Das recomendações da Guide Investimentos saíram Amazon BDR, Magazine Luiza ON e Vale ON e entraram Bradesco PN, Gerdau PN e Méliuz ON. Permanecem Petrobras PN e ETF Small Caps Index.
Gerdau PN, Inter Unit e Romi ON foram mantidas pela Mirae, que trocou JBS ON e CSN Mineração ON por Ferbasa PN e Vale ON. O My Cap trocou apenas uma ação, Bradesco PN por Eletrobras ON. As demais permaneceram: Even ON, Iochpe Maxion ON, Méliuz ON e Vamos ON.
A Órama também fez apenas uma alteração: trocou Ambev ON por Eneva ON. Ficaram Engie ON, BTG Pactual Unit, Petz ON e Weg ON. A Planner substituiu as ações ON do BB Seguridade, de Petz e de Sinqia, por Hypera ON e Lojas Quero Quero ON. Ficaram JBS ON e Telefônica Brasil ON.
A XP trocou toda a sua carteira, retirando Itaú PN, MRV ON, SulAmérica Unit, Gerdau PN e Petrobras PN e colocando Engie ON, Intermédica Notre Dame ON, Locamérica ON, Lojas Renner ON e Vale ON.