Fábio Carille dificilmente não será o treinador do Santos em 2022. Mas o treinador ainda evita pensar na próxima temporada, apesar de pedir reforços pontuais. Sonhando com vaga na Copa Sul-Americana, ele mantém o foco em duas boas apresentações nesta reta final por um encerramento de ano bom após enorme turbulência santista ao longo da temporada.
A equipe visita o Flamengo, na segunda-feira, e o treinador confia em bom resultado, com Marinho de volta e o bom momento dos jovens da base.
"Faltam duas rodadas e temos possibilidade de torneio continental. É muito importante para nós, para a diretoria e para o Santos financeiramente. Será muito importante isso", afirmou o treinador, ressaltando que o Brasileirão só "terminou" para os três primeiros.
"A competição terminou para algumas equipes, como Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. Os outros buscam melhor classificação e lutam contra o rebaixamento. Sei que é difícil dar algo errado para o Santos, mas ainda temos objetivos na competição", enfatizou. "Não estamos totalmente livres, 100% livres, porém sei que é difícil com 46 pontos (a queda). A partir de agora acredito que as coisas possam caminhar para um acerto ou definição (da renovação)."
Contratado para livrar o Santos da queda, Carille espera garantir matematicamente a permanência (falta um ponto) para sentar e acertar um novo vínculo. O planejamento, contudo, já está todo preparado. "Precisamos de contratações pontuais para potencializar esses jovens. Um futebol de marcar gols, mas sabendo como fazer gols e como marcar. Podemos melhorar, sim, depois da pré-temporada, com ideias definidas. Não gosto de improvisar, mas foi o melhor para o Santos (na reta final)", avaliou. "É o meu pensamento: poucas peças. Três ou quatro. Que venham, vistam a camisa e façam outros crescerem no dia a dia."
O Santos já fechou com o zagueiro Eduardo Bauermann e tem bons nomes na pauta: Willian Bigode, Luan, Richard, Hyoran… "Sei que estão se mexendo, correndo atrás, o Edu (Dracena, executivo de futebol) tem feito muitas reuniões. Eu não fiz questão de participar até ontem, quem sabe a partir de agora eu possa interagir mais sobre esses assuntos".
O espelho do treinador por reforços vem de um rival, há quatro temporada. "Eu trago o que o São Paulo fez em 2017. Realizava campeonato ruim, contratou o Hernanes e potencializou o time, passando a buscar Libertadores. Eu penso de ser pontual, trazendo as peças certas para os jovens se desenvolverem mais ainda", exemplificou.
A diretoria já revelou não ter muito dinheiro para investimento e Carille se ampara em sua capacidade de atuar com jovens para esbanjar confiança em um Santos forte em 2022. "Gosto de trabalhar com garotos. Pouco se fala sobre isso, mas em 2017 no Corinthians eu tinha 14 da base. Gosto de estar perto. Se eu tiver continuidade, estarei mais perto da base e vendo treinos, porque gosto dessa aproximação". O técnico já acompanhou o jogo do time sub-20 diante do Palmeiras na quinta-feira.