O cineasta espanhol Carlos Saura, realizador de filmes como "¡Ay, Carmela!", <i>Carmen</i>, <i>A Caça</i> , morreu em Madrid aos 91 anos. A Academia Espanhola de Cinema noticiou a morte, ocorrida um dia depois de Saura receber o Goya de Honra por sua carreira no cinema.
Com mais de 50 filmes realizados, Saura passou grande parte da sua vida artística escrevendo, dirigindo e produzindo, com especial sensibilidade, nos últimos anos, para a música tradicional, como o flamenco, o jota aragonês (região de onde era originário) e o fado português.
Entre os seus títulos mais recentes, destaca-se o documentário sobre a origem e evolução da arte plástica <i>Las Paredes Hablan</i>, estreado no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián e atualmente em cartaz nas salas de cinema de Espanha.
"(É) uma amostra de sua atividade incansável e seu amor pelo ofício até o último momento", disse a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha em um comunicado no qual qualificou o cineasta como fundamental e insubstituível para a história da cinema espanhol.
Em 1966, <i>A Caça</i> trouxe-lhe reconhecimento internacional ao receber o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Em 2022, Saura recebeu o Biznaga de Honor no Festival de Málaga.
Em (1967), recebe novamente o Urso de Prata em Berlim por <i>Peppermint Frappé</i>. Foi o primeiro dos nove filmes que fez com Geraldine Chaplin, que se tornará sua musa e mãe de um de seus filhos.
Em 1975, produziu aquela que para muitos é uma de suas obras-primas, <i>Cría Cuervos</i>, prêmio do júri em Cannes.
Para além da atividade cinematográfica, Saura destacou-se como diretor teatral, autor de obras fotográficas e escritor. <i>Pássaro Solitário</i>, <i>Aquela luz!</i> e <i>Ausências</i> são alguns de seus romances.