Cidades

Carneiro consegue retomar convênio para atender crianças especiais

Principal ponto de discórdia entre o líder do Governo, vereador Eduardo Carneiro (PSB), e o vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede), exonerado na última sexta-feira do cargo de secretário municipal de Educação, Cultura, Esportes e Lazer (Secel), a questão que envolvia o atendimento a 16 crianças com necessidades especiais foi resolvida na tarde desta segunda-feira. Atendendo à reivindicação do parlamentar, a Prefeitura decidiu retomar o convênio com a escola São Judas Tadeu. A instituição, que conta com pessoal especializado,  voltará a prestar o atendimento.
 
Ao longo dos nove meses que se manteve no cargo, Zeitune foi protagonista dos maiores problemas enfrentados pela administração municipal Ele foi responsável por travar uma queda de braço com Carneiro, depois de romper – logo no início da gestão – um contrato com a escola São Judas Tadeu, que dava atendimento especial a 16 crianças portadores de algum tipo de deficiência motora grave. Mesmo alertado pelo vereador que a atitude teria sido precipitada, Zeitune não aceitou rever a situação. 
 
Em janeiro, Zeitune determinou a suspensão do contrato com a transferência das 16 crianças para uma unidade municipal que não oferecia as condições necessárias para recebe-las, o que levou entidades ligadas a crianças especiais, pais e parlamentares de oposição a protestarem contra a medida. O vice-prefeito alegava que a medida era necessária devido aos altos custos gastos pela administração com um grupo pequeno de alunos e que a medida garantiria economia de aproximadamente R$ 1 milhão aos cofres públicos. 
 
Em março, Carneiro participou de uma reunião entre pais dos alunos e vereadores da oposição, que estavam inconformados com a decisão da atual administração. Na época, ele ouviu de Zeitune que a medida era necessária e que a escola municipal Tia Nastácia, no Paraventi, que passava por reformas, teria uma equipe preparada para dar o atendimento necessário às crianças. 
 
No entanto, quase seis meses depois, as mães das mesmas crianças, inconformadas com o atendimento dado na Tia Nastacia, voltaram a procurar por Carneiro. Ele foi até Zeitune e levou a demanda, solicitando que ele pudesse rever a situação, já que a ideia de criar uma rede própria, ampliando a capacidade de atendimento, era ótima, mas não poderia ser imediata. “Entendia que era necessário retomar o contrato com a São Judas até que a situação ideal para as crianças fosse alcançada. Ele foi irredutível. Disse que a decisão tinha sido tomada e que não iria, em hipótese alguma, retroceder”, explicou o vereador.
 
Carneiro contou que se dirigiu até a São Judas, acompanhado de uma equipe especializada, e pode verificar como era realizado o atendimento por aquela escola, que estava disposta a rever as condições do contrato com a Prefeitura para que as crianças não ficassem desassistidas. Em seguida, dirigiu-se até a Tia Nastácia, onde constatou que a escola municipal não tinha as mínimas condições de atender aqueles casos, que incluíam patologias das mais diversas, incluindo algumas sindrômicas. 
 
O vereador conta que, mais uma vez, levou o problema a Zeitune que teria insistido que não haveria volta na decisão tomada no início do ano. “Como médico, sei que aquelas crianças precisam de um atendimento especial. Elas têm grandes dificuldades locomotoras e não podem ser incluídas no sistema sem a devida atenção por profissionais capacitados. Mesmo assim, ele não demonstrou qualquer sensibilidade em relação a essa situação”, disse.
 
Carneiro revela que, após este episódio, passou a ser criticado pelo vice-prefeito, que não teria gostado de sua postura, já que o assunto foi veiculado pela imprensa e se tornou público. O líder do Governo isenta o prefeito de qualquer responsabilidade em relação à decisão do vice. “Diante da repercussão, eu expliquei para o prefeito sobre a necessidade de rever o contrato, mas ele ficou de voltar a conversar com o secretário para poder tomar a melhor decisão.  “Apesar de estar na condição de líder do prefeito, eu, como médico e cidadão, além de ser vereador, não poderia fechar os olhos para um problema tão grave. Assim, passei a criticar sim a posição do secretário, que se mantinha insensível perante a situação”. 
 

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