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Carpini admite leveza por final do Paulistão, mas quer Água Santa sonhando um pouco mais

O Água Santa, que já fez história ao chegar ao mata-mata e à final do Paulistão, pela primeira vez, viverá o auge de sua história nos próximos dois domingos nos duelos com o Palmeiras. Nesta sexta-feira, a Federação Paulista de Futebol (FPF) promoveu uma entrevista coletiva especial, reunindo o técnico Thiago Carpini e o atacante Bruno Mezenga, do Água Santa, o técnico Abel Ferreira e o zagueiro Gustavo Gómez, ambos do Palmeiras, além dos árbitros da final, Edina Alves e Raphael Claus.

Carpini, de 38 anos, tem em sua carreira apenas clubes do interior paulista: Guarani, Oeste, Inter de Limeira, Santo André e Ferroviária. Ele chegou ao Água Santa em 2022. Ao comentar sobre a trajetória do clube no Paulistão, ele admitiu que o time tem certa leveza independente do resultado final, mas garantiu que o time se cobra para dar o seu melhor e sonha com o título.

"Quando a gente fala de leveza, é em relação a tudo que foi conquistado e isso foi um ponto que tratamos muito durante a preparação. Mas estamos na final, então nos permitimos sonhar um pouco mais. Temos uma responsabilidade com nós mesmos, para competir de forma digna e dar o nosso melhor, pois sabemos que o favoritismo só vai até certo ponto", destacou.

Bem-humorado, Carpini brincou com um possível plano para superar o Palmeiras e reforçou que o que mais deseja é que o elenco entregue o seu melhor nos dois jogos. "Não posso nem falar o plano porque todos vão copiar e o Palmeiras não vai ganhar mais", brincou, antes de completar: "o que temos é uma responsabilidade com nós mesmos. O pior para um atleta é sair de campo com um sentimento de que não entregou o melhor. Para enfrentar um adversário desse nível, acostumado a vencer, precisamos de equilíbrio emocional e muito cuidado aos detalhes".

Surpresa do campeonato, o Água Santa foi fundado em 1981, mas só se profissionalizou em 2011, alcançando a final logo em sua quarta participação na elite estadual. Carpini destacou a importância do apoio de Diadema para o sucesso do clube e como a campanha pode atrair novos torcedores e fazer com que o Água Santa evolua ainda mais.

"O Água Santa é muito a cara de Diadema e vice-versa. Uma comunidade simples e sofrida, que aprendeu a gostar do clube e o abraçou. Essas campanhas também são importantes, pois começam a atrair torcedores. Sabemos que, como um clube jovem, o Água Santa não é o primeiro clube de muitos e isso é natural. Ficamos muito lisonjeados em fazer parte dessa história. Isso é o mais bonito e o que nos motiva. Dentro do nosso clube, temos todos os funcionários que ficam nos bastidores. Eles têm a mesma importância do que eu e o Bruno Mezenga e representá-los é um orgulho enorme", lembrou.

Um dos técnicos da nova geração, Carpini ainda comentou sobre polêmicas envolvendo técnicos estrangeiros, já que irá enfrentar o português Abel Ferreira. Para ele, as reclamações são infundadas e que todos deveriam esquecer este negócio de que eles estão tomando espaço, lembrando que o Brasil também conta com técnicos capacitados. "Acho que essa polêmica de treinadores jovens e estrangeiros é um paradigma que deve ser superado. O Abel é uma referência para todos e para mim. Em vez de perdemos tempo criticando estrangeiros, temos que nos preparar para ocupar outros cenários também", pontuou.

Água Santa e Palmeiras fazem o primeiro jogo da final neste domingo, às 16h, na Arena Barueri. A partida terá a arbitragem de Edina Alves. O segundo confronto será disputado no domingo seguinte, dia 9, também às 16h, no Allianz Parque, com Raphael Claus no apito.

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