O CEO do grupo Carrefour no Brasil, Charles Desmartis, afirmou nesta quinta-feira, 28, que a companhia considera como uma opção a abertura de capital das operações brasileiras. A jornalistas durante o lançamento de uma nova bandeira de lojas de proximidade, Desmartis afirmou, porém, que a rede não tem necessidade de captar recursos para cumprir seus planos de investimentos no País.
“Podemos considerar um IPO no futuro como uma forma de melhorar a característica brasileira da empresa e levantar recursos”, disse. “Apesar disso, não precisamos de capital para cumprir nossos planos”, completou.
Questionado sobre se a companhia busca um sócio no Brasil, Desmartis negou. “Não precisamos disso nem queremos um sócio exclusivo para o Carrefour”, disse. “Queremos atrair alguns investidores e talvez alguns family offices que poderiam ser investidores potenciais”, completou, ressaltando porém que esses investidores e family offices poderiam comprar ações da companhia numa abertura de capital.
O tema do envolvimento de um sócio brasileiro nos negócios do Carrefour Brasil resvala no empresário Abilio Diniz, que teria tentado negociar com a rede francesa quando ainda estava ligado ao Grupo Pão de Açúcar e, segundo fontes disseram ao jornal “O Estado de S. Paulo” em maio, já teria desembolsado cerca de US$ 1 bilhão para a compra de cerca de 3% das ações do Carrefour. O atual presidente do conselho de administração da empresa de alimentos BRF reiterou em evento em São Paulo, ontem, que tem interesse em voltar ao varejo, o que ocorreria por meio da holding Península, com foco em distribuição.
e-commerce
O Carrefour está estudando a possibilidade de relançar uma plataforma de comércio eletrônico no Brasil, afirmou Desmartis. O executivo disse que a empresa contratou uma consultoria e está em processo de definir detalhes sobre marketing, logística e tecnologia da informação.
Desmartis não informou qual o prazo para que uma nova plataforma de comércio eletrônico no Brasil seja lançada. Ele afirmou que num primeiro momento as vendas online seriam concentradas em outras categorias que não alimentos.
Reformas
Outra aposta do grupo é a reforma no modelo de loja de seus 143 supermercados e hipermercados Carrefour. Até o final de 2014, a companhia espera chegar a 18 unidades no que Desmartis chama de “nova geração”. É uma reformulação, que inclui mudanças no sortimento de produtos e na logística. Até o momento, 14 lojas já passaram por esse processo. Até o final de 2016, o grupo espera que mais 30 unidades sejam reformadas e a expectativa é de que no futuro todas as lojas da rede estejam remodeladas.
Durante o evento de lançamento da bandeira Carrefour Express, de lojas de proximidade, Desmartis ressaltou que a companhia mantém uma estratégia multiformato e destacou ainda os investimentos no Atacadão, rede de atacado de autosserviço. O executivo afirmou que em 2014 já foram abertas sete novas lojas da rede Atacadão e mais seis serão inauguradas até o final do ano. Até o fim de 2015, a expectativa é que a bandeira esteja presente em todos os Estados.