A rede varejista francesa Carrefour destacou nesta quinta-feira (13), em balanço referente ao primeiro trimestre do ano, que o resultado financeiro foi impactado negativamente por um efeito calendário, mas que, por outro lado, se beneficiou da valorização do real brasileiro, da baixa da inflação no País e da alta da cotação do petróleo no mundo. As vendas globais do supermercado somaram 21,3 bilhões de euros de janeiro a março: 9,4 bilhões de euros com as operações em seu país-sede e 11,9 bilhões com a atuação internacional.
No Brasil, as vendas da rede foram de 3,6 bilhões de euros no período, o que representou, de acordo com a companhia, um incremento de 10,5% em termos orgânicos – já descontados também o efeito calendário e a variação do petróleo. Em todo o grupo, a expansão orgânica no primeiro trimestre de 2016 foi de 1,9%.
O Carrefour explicou em sua apresentação do balanço sobre o resultado de janeiro a março que se beneficiou no período de um efeito cambial favorável, com ganho de 3,9%. A alta, de acordo com a companhia, se deve à valorização do real brasileiro. O efeito da alta do petróleo, conforme a varejista, também foi positivo, colaborando com 1,3%.
Por outro lado, uma data comemorativa e um dia a menos período pressionaram o resultado para baixo. “Este trimestre foi marcado por um efeito de calendário particularmente forte, com impacto de baixa de 1,6%, devido ao fato de que a Páscoa está no segundo trimestre deste ano. Houve também um dia de negociação a menos no primeiro trimestre de 2017, já que 2016 foi um ano bissexto”, afirmou a empresa em sua demonstração de resultados.
Especificamente sobre o Brasil, a rede avaliou que a implantação do modelo multiformato “continua a dar frutos” em um ambiente marcado por um “elevado desemprego e uma desaceleração da inflação no primeiro trimestre”. “Neste contexto, o Carrefour registrou um bom desempenho, tendo registrado um crescimento de 5,6% (10,5% numa base orgânica).”
Ainda sobre os resultados obtidos no Brasil, o grupo salientou que o “sucesso” do Carrefour no País reflete a progressão contínua do Atacadão e dos hipermercados, além de aberturas de lojas de conveniência sob a marca Express. Sobre as vendas na Argentina, o supermercado ressaltou a obtenção de um crescimento de 14,6%, mas enfatizou que o resultado se deu em meio a um cenário econômico difícil.
No balanço anterior, sobre o ano completo de 2016, a varejista já havia destacado o “excelente crescimento” no Brasil e a sua estratégia de ampliar unidades multiformato, “deslocando o centro de gravidade do grupo para unidades de conveniência”.
Na ocasião, o grupo também comentava em seu balanço a intenção de abrir o capital da empresa no Brasil em 2017, mas o tema não foi abordado na apresentação dos resultados nesta quinta-feira.