Representantes de povos indígenas, quilombolas, pescadores, camponeses junto com cientistas do clima, biólogos, antropólogos e sociólogos escreveram uma carta em defesa da Amazônia, que será lida em Glasgow (Escócia), durante evento paralelo à Conferência sobre o Clima (COP 26). O documento foi preparado após reunião em Belém do Pará para discutir a Amazônia e mudanças climáticas no Encontro dos Saberes, promovido pelo Fórum Social Pan Amazônico.
"A carta é produto da escuta das muitas vozes que se expressaram no Encontro de Saberes. Eu não tenho dúvidas de que é um texto que expressa o coração dos povos da Amazônia junto com a vontade solidária de todos e todas que assumem a defesa da Natureza e seus Povos", disse Luiz Arnaldo Campos, um dos coordenadores do encontro e integrante do Conselho Internacional do Fórum Social Pan-Amazônico.
A leitura da carta na Assembleia Geral pela Amazônia, que acontecerá no dia 9 de novembro, tem o objetivo de que a COP-26 considere a defesa da Amazônia como uma questão prioritária e seus povos como protagonistas desta luta. De acordo com organizadores, o evento no Norte do País contou com 500 participantes presenciais e mais de 5 mil de forma virtual.
"Queremos salvar a Amazônia ou fazer negócios com a Amazônia? É possível salvar a Amazônia com a lógica dos investimentos privados? Neste Encontro dos Saberes ficou claro que a defesa da Natureza não conjuga com o lucro", argumentou o ambientalista e coordenador da Assembleia Mundial pela Amazônia Pablo Sólon.
A carta, endereçada para os participantes do evento na Escócia, diz que não há mais tempo para esperar. "Nós, indígenas, quilombolas, pescadores, moradores das cidades amazônicas, cientistas de várias áreas, nos reunimos por quatro dias em Belém, trocando conhecimentos e percepções; após termos chegado a algumas conclusões, escrevemos esta carta, com aquilo que nosso coração diz, reflorestando mentes para a cura da Terra."