O nome do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi adicionado à lista de adesões da Carta pela democracia, manifesto lançado pela Faculdade de Direito da USP. De acordo com organizadores do movimento, até agora já houve mais de 10 mil tentativas de adicionar nomes falsos à lista.
Abaixo do nome Jair Messias Bolsonaro, o signatário foi identificado como "ditador supremo", o que já sinalizava a fraude na assinatura.
Segundo os organizadores, o problema já foi corrigido. A cada nova adesão há a verificação do signatário pelo Cadastro de Pessoa Física (CPF) e IP (Protocolo de internet), uma identificação de dispositivos conectados à internet. Porém, com o alto número de tentativas de assinaturas falsas, não é impossível que haja casos como o da "assinatura" do presidente.
Na quinta-feira, 28, Bolsonaro chegou a afirmar que a Carta pela democracia era uma reação dos banqueiros à criação do Pix e a um suposto fim do monopólio do setor bancário. Entre os signatários do documento estão Roberto Setubal e Candido Bracher (Itaú Unibanco).
Além das tentativas de assinaturas falsas, a página vem recebendo ataques hackers que visam invadir o sistema. Até a manhã de quinta-feira, 28, foram realizados mais de 2.400 ataques, todos frustrados, segundo a instituição.
"Foram estabelecidas diversas camadas de proteção nesses portais e monitoramento constante, identificando quem está promovendo essas tentativas, que serão levadas às autoridades competentes", afirmou a instituição, em nota.
O documento já recebeu mais de 365 mil assinaturas, segundo a Faculdade de Direito da USP. O manifesto representa um "amplo apoio" pelo respeito ao resultado das eleições de outubro e ao processo eleitoral no País.
A Faculdade de Direito do Largo de São Francisco marcou um ato para leitura da "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito". O evento será no dia 11 de agosto, no Pátio das Arcadas, com a participação de entidades e representantes da sociedade civil.