Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, afirmou que aparentemente havia alguma coisa divergente entre os grupos que envolviam o coronel Marcelo Blanco e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, e o grupo que envolvia o ex-secretário executivo Elcio Franco, e o Coronel Helcio Bruno, para venda de vacinas ao Ministério da Saúde.
O grupo de Dias, segundo Carvalho, tinhas os encontros intermediados com representantes do Ministério da Saúde pela Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), enquanto o grupo de Franco tinha os encontros intermediados pelo Instituto Força Brasil.
De acordo com o depoente, ambas as tratativas aconteciam paralelamente uma outra, e eram tratadas pelos grupos, aparentemente, distintos. Durante sua oitiva, Carvalho afirmou que quando se encontrou com Elcio Franco pela primeira vez para conversar sobre o tema, ele lhe informou das tratativas que envolviam Dias, e que Franco ficou com "cara de paisagem", por não saber das conversas.
"Como um não sabia de que o outro estava negociando e com quem, aparentemente tinha alguma coisa divergente entre eles ali", afirmou. Questionado sobre o que acharia se a CPI confirmasse a corrupção nas negociações envolvendo a compra de vacinas, Carvalho foi taxativo, "dado aos fatos e provas apresentados e indícios, não vai ser nenhuma surpresa pra mim não".
Carvalho também afirmou que o pedido de comissionamento apresentado pelo grupo do coronel Clanco, beneficiária, além dele mesmo e de Dominghetti, a Senah, o Instituto Força Brasil, a Davati Medical Supply. De acordo com Dominghetti, o comissionamento seria um pedido de propina feito por Dias
O depoente também declarou que os mais interessados no contrato eram o Coronel Blanco e o coronel Helcio Bruno, afirmando ainda que os representantes da Davati nunca se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro.