A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) reverteu nesta sexta-feira a decisão da Uefa que excluía o Milan de competições europeias nas duas próximas temporadas como punição por violar o Fair Play Financeiro da entidade. Dessa forma, o clube italiano está liberado para atuar na edição 2018/2019 da Liga Europa, para a qual se classificou ao terminar o último Campeonato Italiano em sexto lugar.
Na justificativa da decisão, a CAS apontou que o clube realmente quebrou as regras do Fair Play Financeiro, mas entendeu que a sanção não atendia aos princípios da proporcionalidade e por isso a cancelou. O máximo tribunal esportivo negou, no entanto, o pedido do Milan para que um acordo entre o clube e a comissão disciplinar da Uefa fosse discutido e afirmou que medidas disciplinares adequadas ainda devem ser aplicadas ao time italiano.
Desta forma, o Milan entrará na fase de grupos da Liga Europa, enquanto a Atalanta, que com a punição anterior estaria neste estágio, vai disputar o mata-mata prévio para entrar em uma das chaves da competição continental. A Fiorentina, por sua vez, que havia herdado a vaga nesta fase preliminar, agora ficou definitivamente sem chances de se qualificar para o torneio.
No início da temporada 2017/2018, o Milan foi comprado pelo empresário chinês Yonghong Li e contratou um time inteiro de reforços para a equipe, gastando mais do que havia arrecadado. A situação chamou a atenção da Uefa, que passou a investigar a situação financeira do time italiano. A entidade que controla o futebol do Velho Continente considerou que o clube não conseguiu prover as garantias necessárias de que conseguiria lidar com as dívidas contraídas no médio prazo e, por isso, o puniu com a exclusão dos torneios europeus por duas temporadas (2018/2019 e 2019/2020).
Recentemente, Li perdeu o controle do Milan para um fundo de investimentos dos Estados Unidos, o Elliot Sports Management, por não conseguir honrar os débitos que fez com o grupo para comprar o time. A presença dos norte0americanos como donos do clube pode ter sido um dos fatores que levou a CAS a aceitar parcialmente o recurso do clube, já que os novos controladores anunciaram a intenção de investir pelo menos 50 milhões de euros (R$ 223 milhões) no time imediatamente e ainda mais dinheiro no longo prazo.
A decisão foi comemorada pelo zagueiro Leonardo Bonucci nas redes sociais. Para ele, o Milan reconquistou o direito “a algo que havia conseguido dentro de campo”, conforme escreveu em sua página no Twitter ao comentar a vitória do clube no tribunal com sede em Lausanne, na Suíça.