O presidente dos EUA, Barack Obama, propôs um pacote de orçamento de quase US$ 4 trilhões destinado a melhorar a infraestrutura do país e beneficiar a classe média norte-americana. No entanto, o orçamento prevê aumentos de impostos sobre empresas e sobre os mais ricos, além do fim dos atuais limites de gastos. Pela proposta, os EUA devem levantar até US$ 1,44 trilhão em impostos durante a próxima década.
Em uma mensagem ao Congresso que acompanhou a divulgação do orçamento, Obama afirmou que a proposta é “prática, não partidária”. O orçamento prevê US$ 3,99 trilhões em gastos e US$ 3,53 trilhões em receitas, bem como um déficit de US$ 474 bilhões no ano fiscal 2016, que começará em 1º de outubro.
O documento de 2 mil páginas pede o fim dos cortes automáticos de gastos que tanto o Partido Republicano quanto o Partido Democrata definiram quatro anos atrás, considerando as medidas uma austeridade desnecessária criada durante crises. Parlamentares dos dois partidos chegaram a um acordo há dois anos para reduzir os cortes exigidos, mas esse acordo expira em outubro.
O orçamento inclui US$ 561 bilhões em gastos militares, com recursos para o confronto com a Rússia por causa do envolvimento daquele país na crise da Ucrânia e para o combate a militantes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Também estão previstos US$ 14 bilhões para medidas de segurança cibernética.
A Casa Branca afirma que pode reduzir o déficit em US$ 1,8 trilhão durante a próxima década, em relação aos níveis atuais. Alguns dos passos para chegar a isso, como os US$ 638 bilhões em aumentos nos impostos sobre as maiores rendas, são um entrave entre os republicanos. Neste ano Obama também havia proposto US$ 320 bilhões em aumentos de impostos adicionais para financiar cortes de impostos para quem recebe renda baixa ou média.
No orçamento proposto por Obama, o governo projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA vai crescer 3,0% nos anos de 2015 e 2016, enquanto a taxa de desemprego deve cair para 5,3% até o fim deste ano e para 4,8% até o fim de 2017.
Os republicanos devem apresentar sua proposta de orçamento nos próximos meses, mas os dois partidos precisam se livrar de outros obstáculos antes. O financiamento para o Departamento de Segurança Interna termina no fim deste mês. Os republicanos haviam estendido o financiamento até fevereiro para tentar usar como moeda de troca contra as ações anunciadas por Obama para a imigração no ano passado.
Os parlamentares também precisam votar sobre o limite de dívida federal, que foi estendido até meados de março. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) disse na semana passada que o Departamento do Tesouro poderia tomar certas medidas para evitar atingir o limite até setembro ou outubro. Fonte: Dow Jones Newswires.