A presidente do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca, Cecilia Rouse, afirmou nesta sexta-feira que não há fatores estruturais na economia dos Estados Unidos que possam causar uma inflação que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não consiga controlar. Durante uma coletiva de imprensa, ao ser questionada sobre o salto da inflação em abril, Rouse disse que é importante focar nas tendências, e não nas oscilações semanais ou mensais dos indicadores macroeconômicos. "Nesta fase da recuperação, será difícil prever dados", declarou.
No mês passado, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,8% na comparação com março e 4,2% em relação a igual período do ano passado. A previsão era de avanço de 0,2% e 3,6%, respectivamente.
Na entrevista, Rouse lembrou que boa parte da alta da inflação em abril foi causada por um salto nos preços de casos usados. Na avaliação dela, isso ocorreu devido à restrição de oferta causada pela falta de semicondutores combinada com o aumento de demanda.
"Esperamos que a demanda supere a oferta por algum tempo, à medida que a economia reabre", afirmou a presidente do Conselho de Consultores Econômicos. De acordo com ela, a situação só seria preocupante se a inflação estivesse desancorada.
Ao lembrar que ainda há 8 milhões de desempregados no país a mais do que no período anterior à pandemia, Rouse disse que ainda há um "longo caminho pela frente" na recuperação econômica.
Rouse também negou que a causa da criação de empregos abaixo do esperado em abril no país sejam os benefícios de seguro-desemprego fornecidos pelo governo. De acordo com ela, a decisão de entrar no mercado de trabalho "complicada" neste momento devido às preocupações sanitárias.