A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, apontou nesta terça-feira, 5, que novas sanções deverão ser anunciadas contra a Rússia nesta quarta-feira, e que terão como alvo especialmente autoridades e o sistema financeiro do país. Em coletiva de imprensa diária, a representante indicou que o grande objetivo é retirar os recursos que o presidente Vladimir Putin possui para continuar a guerra na Ucrânia. Além disso, a democrata apontou que o sistema financeiro da Rússia está perto de colapso, o que reforça a eficácia das medidas.
Questionada sobre se novas sanções se aplicariam à China, disse que as restrições devem ser direcionadas à Rússia. Sobre a não participação de grandes economias, como China, Índia e Brasil, e como isso afeta o impacto das sanções, respondeu que há coordenação com G7 e União Europeia, o que responde por mais de 50% do PIB global. Segundo ela, as imagens do suposto massacre em Bucha não são as únicas, mas fazem parte da motivação para novas medidas. Psaki indicou que os relatos sobre os arredores de Kiev são apenas "a ponta do iceberg" das ações russas na Ucrânia.
Mesmo com os novos eventos, a porta-voz disse que a política da administração sobre não mudar regimes persiste, incluindo uma eventual queda de Putin. No entanto, a representante reforçou as acusações de que o presidente russo é criminoso de guerra.
Sobre as críticas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sobre a incapacidade de ação da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclui o poder de veto russo por conta de ser integrante permanente do Conselho de Segurança, respondeu: "Compartilhamos a frustração de Zelensky pela Rússia ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, mas não vemos isso mudando". Segundo ela, há outros mecanismos de ação no cenário internacional além da ONU. "Historicamente, oferecemos provas ao Tribunal Penal Internacional (TPI), ainda que não sejamos integrantes", sugeriu.
Sobre o acesso da Europa à energia e a dependência da Rússia, Psaki indicou que os EUA buscam novas fontes para a região, em especial países asiáticos que possam exportar gás.