Fundada em 2005, a Casa de Cordéis surgiu como um local para guardar as recordações do artista Bosco Maciel, que sempre colecionou relíquias do tempo de infância e que ele mesmo foi criando ao longo de sua vida. No ano seguinte, ele começou a criar atividades culturais no local, além de saraus, apresentações musicais e lançamento de livros. Hoje, a Casa dos Cordéis abriga também um Ponto de Cultura, ligado à Secretaria Municipal de Cultura, que garante a manutenção do local.
A sede fica no Gopoúva, quase na esquina do Anel Viário, com Emílio Ribas. A entrada da pequena vila, construída há 100 anos, remete imediatamente a uma história de cordel, com detalhes simples, mas bem organizada. A Casa de Cordéis tem um ambiente onde a imaginação ganha formas, versos e canções. “Desde 2001 que defendo a cultura popular. Como cidadão, me sinto nessa obrigação. Acredito que só tem duas ferramentas que vão transformar o Brasil como uma nação, a educação e cultura”, defende Bosco.
Dentro da Casa, há um teatro, um pequeno santuário ao ar livre para fazer orações ou apenas refletir e um museu com objetos como quadros, fotos, moveis e materiais usados para os espetáculos. No Ponto de Cultura, a comunidade tem a oportunidade de participar de oficinas de confecção de bonecos, música folclórica, estandartes, teatro, entre outras atividades.
Mas nem tudo é arte na Casa dos Cordéis. O local enfrenta problemas de estrutura física, como o telhado do teatro que ainda é de lona e está tomado por furos. Em dias chuvosos em que há apresentação, os artistas e espectadores acabam se molhando.
Para resolver o problema, amigos sugeriram uma ‘Vaquinha Online’. Ele organizou então o projeto “Por um Telhado Para o Teatrinho da Casa dos Cordéis”, visando receber arrecadar R$ 9 mil, o valor necessário para fazer o telhado. “Infelizmente não deu certo. Só consegui arrecadar R$ 40”.
Foi então que um grupo de artistas liderados pela cantora Kátia Teixeira se reuniu para realizar “Mutirão de Acolher”, evento realizado no início deste mês para arrecadar fundos para as obras do telhado. Desta vez, a Casa de Cordéis arrecadou R$ 1.400,00 que serão destinados à compra do material. “Vou comprar o que der e continuar até conseguir o dinheiro para fazer esta cobertura”, diz.
Analista de sistemas até 2000, Bosco decidiu dedicar sua vida para fortalecer o folclore e espalhar cultura por onde puder. Hoje, com quase 65 anos, desdobra-se para manter a família e continuar seu projeto. “Tenho isso aqui como missão. Eu confundo com minha vida pessoal”, conta.
A Casa dos Cordéis está aberta diariamente a partir das 9h. Para visitar, basta balançar o sino na porta que Bosco Maciel abre os portões. Avenida Torres Tibagy, 90 – Gopoúva.