A Polícia Civil de Marília, no interior de São Paulo, procura um casal de namorados que fugiu levando os filhos de seus casamentos anteriores após a visita de final de semana. O caso está sendo apurado como subtração de incapaz, que é quando um menor de 18 anos é retirado de alguém que tem guarda legal. A balconista Cláudia Matame e o vendedor Adão Correia de Brito fugiram com as crianças Gustavo Yud Yamada, de nove anos, e Gabrielly Rodrigues de Brito, de 7. Gustavo é filho de Cláudia com Kolto Tokio Saito e Gabrielly, de Adão com Elen Rodrigues de Oliveira.
Saito e Elen se conheceram na delegacia, na segunda-feira, 14, quando foram fazer boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dos filhos. Ambos têm a guarda das crianças que, por decisão judicial, deveriam ter sido devolvidas por Adão e Cláudia na noite de domingo.
“Estamos desesperados, pois ninguém sabe o paradeiro deles. As casas dos dois estão vazias e os parentes dizem que não sabem onde eles estão”, contou Saito, que além de Gustavo, tem outros dois filhos, Flávia, 19 anos, e Tiago, 14. “Meus filhos estão tristes porque gostam do irmãozinho e sentem a falta dele”, afirmou Saito. “A gente estava acostumada a encontrar com ele aqui, agora a gente vê as coisinhas dele, sente o cheirinho dele, mas ele não está mais aqui”, contou Flávia, lamentando a falta do irmão mais novo.
Gabrielly é filha única de Elen. “Estou apavorada porque não sei do que o pai dela é capaz”, afirmou. Elen contou que Adão já tinha subtraído ilegalmente a filha no ano passado, ficando escondido com ela por dois meses, em São Bernardo Campo. O casal tinha a guarda compartilhada, mas Adão desrespeitou o acordo e fugiu com a criança. “Só descobrimos o paradeiro da minha filhinha porque ele a matriculou numa escola de São Bernardo”, contou. Na volta, Adão perdeu a guarda compartilhada, mas podia visitar a menina em fins de semana e pernoitar com a filha uma vez a cada dois meses. A data para pernoite seria o último fim de semana de julho, mas Adão não esperou e fugiu antes.
Saito e Elen dizem acreditar que a fuga com as crianças estava programada com antecedência. A Justiça de Marília expediu mandados de busca e apreensão para tentar localizar o casal e as crianças. Foram feitas buscas nas casas e apartamentos do casal e também em residências de parentes, mas até a tarde desta quarta-feira, 16, não havia pistas da localização de Adão e Cláudia e das crianças. Para a polícia, o crime foi planejado com antecedência, pois o casal não ia mais ao trabalho, não atendia ao telefone e não era encontrado em casa desde a semana passada.