Estadão

Casal negro é agredido em área externa de loja do Grupo Carrefour em Salvador

Um casal negro foi agredido na área externa de uma unidade do Grupo Carrefour em Salvador, mostra um vídeo que circula nas redes sociais desde sexta-feira, 5. A rede de supermercados afirma que afastou a equipe de prevenção e rescindiu o contrato com a empresa de segurança responsável pelo local. Não foi divulgado em qual unidade ocorreu a violência.

Na gravação, a mulher é questionada sobre um suposto furto e mostra uma mochila aberta, com embalagens de leite em pó. Ela, que se identificou como Jamile, disse que estava precisando dos produtos. "Por causa da minha filha."

O homem, que aparece agachado, afirmou se chamar Jeremias e disse ser de Itapuã, bairro turístico da capital baiana. Ele promete ainda não voltar mais ao supermercado. "Não sou ladrão, não", acrescentou. Ambos levam tapas no rosto, mas não é possível ver os autores da violência.

Nas redes sociais, o diretor de Prevenção do Grupo Carrefour Brasil, Claudionor Alves, chamou o fato de "inadmissível", disse que "causou profunda indignação" e defendeu a investigação do episódio. "Assumimos a responsabilidade de desligar a liderança e a equipe de prevenção, além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa, onde a violência aconteceu", disse, em vídeo divulgado no sábado, 6.

Além disso, Alves afirma ter registrado boletim de ocorrência. "Esse crime não ficará impune", acrescenta. A 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, segundo a Polícia Civil, "já tomou conhecimento do crime através dos vídeos e iniciará as apurações dos fatos".

"Estamos buscando o contato da Jamille e do Jeremias para nos desculparmos pessoalmente, além oferecer suporte psicológico, médico ou qualquer outro apoio necessário", acrescenta a empresa.

Morte após espancamento em Porto Alegre revoltou o Brasil
Em novembro de 2020, o soldador João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado e morto por dois seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre. O crime revoltou o Brasil, teve repercussão internacional e motivou uma série de protestos contra a empresa.

Em junho do ano seguinte, o Carrefour assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal gaúcho e as ONGs Educafro e Centro Santo Dias de Direitos Humanos para promover ações de valorização da diversidade interna e externamente.

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