Casemiro jogou com Vini Jr. no Real Madrid e são companheiros de seleção brasileira. Sempre junto do amigo, ele não admite ver o sofrimento enfrentado pela atacante com tantos atos racistas direcionados a ele na Espanha e pediu um basta. O capitão da seleção brasileira cobra uma posição firme de LaLiga e punições exemplares para que a discriminação e a intolerância sejam banidas definitivamente do futebol.
Nesta semana, a entidade que rege o futebol espanhol fez a oitava denúncia contra racismo a Vini Jr. Mas esses protocolos estão apenas servindo como uma satisfação e não algo concreto para clubes ou seus infratores, algo que Casemiro não admite.
"Se tratando de racismo, independentemente de ser o Vinicius ou meu clube, isso mostra o caráter da pessoa, No século em que estamos, no mundo que vivemos, estamos sempre batendo nessa tecla e é uma ação muito grave", detonou. "Falamos, falamos e o pessoal continua fazendo. Tem de ter punição gravíssima, isso é educação, coisa que vem de berço, a essência da pessoa", afirmou.
O jogador mostrou-se inconformado com o que anda vendo também em outras ligas do planeta em questões discriminatórias e cobrou que as autoridades atuem de verdade. "A gente fica triste porque é pessoa próxima da gente. Peço como amigo e até mesmo como um jogador, que a liga (da Espanha), óbvio que isso acontece em vários lugares do mundo, mas que n a Espanha se tome uma atitude. Não é legal para o Vini, para a liga, para o futebol, mas infelizmente existem pessoas más no mundo e isso é o caráter de cada um."
Sobre a seleção, Casemiro falou de treinador, mostrou enorme respeito por Ramon Menezes e mandou um recado aos mais jovens de que todos têm de saber que agora estão na equipe principal, e devem representá-la da melhor maneira.
Questionado sobre Ancelotti, seu comandante no Real Madrid, Casemiro buscou ser honesto ao máximo com Ramon. "O que nós gostaríamos de ter na seleção é um treinador capacitado para trabalhar com grandes jogadores. Temos 30, 40, 50 de nível excepcional, conseguimos fazer três ou quatro seleções para competir com qualquer time do mundo. Tratando de Ancelotti, o conheço bem, é um amigo, um admirador que tenho, foi um prazer trabalhar com ele, mas existe o outro lado, ele tem o clube, o Real Madrid, e temos de respeitar", disse. "O Ancelotti já ganhou tudo na carreira, tem muita experiência e, sem dúvida, será bom se for ele, como é especulado, pois é um grande treinador."
Contudo, fez questão de não desprezar Ramon. "Temos o Ramon aqui também, mesmo não efetivo, está para o jogo e sabemos que na vida são oportunidades. Hoje não é o efetivo, mas se faz grande trabalho vira um dos nomes. O Ramon está aí", afirmou. "Quando vim para cá, cheguei respeitando-o e tratando como se ele fosse de Copa do Mundo. É o treinador hoje e tem de ter respeito."
Sobre as 10 companheiros novos de seleção, o capitão já tratou de explicar como funcionam as coisas no time principal. "São vários jovens, pela primeira vez, desfrutando… São jovens, mas independentemente do jogo, da dificuldade, com uma filosofia nova de cinco dias, ainda impossível de implantar, temos de saber o que significa a seleção brasileira. Amanhã não será sub-10, sub-18, é a seleção e a exigência para vencer é a mais grande possível, como sempre", disparou.
E foi além: "Claro que são jogadores que querem permanecer. Eles têm o desejo de se firmar, mas é muito fácil falar que o jovem tem vontade. Eu, como um dos mais experientes, tenho a mesma vontade, sempre é meu sonho, desejo estar na seleção na convocatória."