A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não tem informações precisas sobre o que aconteceu com Edson Davi Silva de Almeida. O menino de 6 anos desapareceu na praia da Barra da Tijuca em 4 de janeiro enquanto acompanhava o pai, que trabalhava em uma barraca no local. No último domingo, dia que completou um mês do desaparecimento, familiares realizaram um protesto para cobrar respostas das autoridades.
A família acredita na hipótese de sequestro. A Polícia Civil, porém, crê em afogamento. "Foram analisadas imagens de 13 câmeras de segurança localizadas ao redor da orla, em um perímetro de dois quilômetros. Não há registro de imagens que mostram ele saindo da praia", afirma a corporação.
Nas redes sociais, a família mantém ativamente postagens sobre o caso e descarta a linha de investigação adotada pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), responsável pelo caso. "Não vamos aceitar a hipótese de afogamento sem testemunhas e sem encontrarem o corpo", afirma a mãe, Marize Araújo, em um post.
A polícia aponta as condições adversas do mar, imagens que precedem o desaparecimento e relatos de testemunhas para corroborar com a sua linha de investigação. "Uma testemunha narrou ter visto o menino entrar três vezes no mar, tendo o pai, inclusive, chamado a atenção", destaca a polícia.
Um homem que trabalhava com o pai da criança, em depoimento, afirmou que também teria pedido para que o menino saísse da água por causa das condições do mar.
Na última semana, foi encontrada uma ossada na mesma região em que Edson Davi desapareceu. Após avaliação do material biológico, perícia do Instituto Médico Legal (IML) afirmou se tratar da ossada de um animal.
As investigações continuam a cargo da Polícia Civil do Rio de Janeiro sob o comando da DDPA, que, no último mês, averiguou denúncias de possíveis paradeiros do menino. Nenhuma delas, no entanto, se provou verdadeira. "Diversas linhas de investigação foram consideradas e todas as denúncias foram apuradas, inclusive em outros Estados", afirmam.
<b>O dia do desaparecimento</b>
Os trabalhos em torno do desaparecimento começaram ainda em 4 de janeiro, no fim da tarde, quando o pai, Edson dos Santos Almeida, notou a ausência do filho no entorno da barraca em que trabalhava. Imediatamente, frequentadores da praia colaboraram na tentativa de localizar Edson Davi, que foi visto pela última vez jogando futebol com outras crianças.
A Polícia Civil estipulou a sequência dos eventos que aconteceram no dia a partir de registros de câmeras de segurança e relatos dos frequentadores da praia.
14h: pediu em uma barraca vizinha a do pai uma prancha, o pedido foi negado já que o mar estava revolto e sinalizado;
14h30: Edson Davi e o pai compram açaí juntos;
14h37: o menino é registrado brincando próximo ao mar;
15h26: homem que trabalhava com o pai da criança diz ter pedido para que ele saísse da água;
15h56: ele vai ao calçadão sozinho e retorna à barraca vizinha a do pai;
16h: é visto jogando bola com outras crianças que estavam acompanhadas de um homem;
16h50: a família das crianças que estavam com Edson Davi vai embora;
17h47: o pai retorna ao quiosque onde compraram açaí a procura do filho.