A seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) solicitou informações à Secretaria de Segurança Pública do Rio sobre os inquéritos policiais arquivados no período em que delegados suspeitos de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes estiveram no comando da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O objetivo é rever as investigações conduzidas por Rivaldo Barbosa e Giniton Lages.
Suspeito por atrapalhar as investigações do caso enquanto secretário da Polícia Civil do Rio, Barbosa chefiou a delegacia até a véspera das execuções e está preso desde 24 de março, quando foi deflagrada a Operação Murder Inc. pela Polícia Federal (PF). Já Lages, nomeado pelo antecessor, assumiu a chefia da DHC, que deveria apurar as mortes, na manhã seguinte ao crime e também é investigado.
O advogado Alexandre Dumans, responsável pela defesa de Rivaldo Barbosa, afirmou que o delegado "não tem participação em crime nenhum". Giniton Lages disse que, enquanto comandou a investigação, tomou todas as providências para resolver o caso "em sua integridade".
De acordo com a PF, a apuração sobre o crime foi dificultada para que não houvesse conclusão do caso. Por isso, o requerimento inclui o período em que Barbosa esteve à frente da delegacia. O pedido foi feito também à Procuradoria-Geral de Justiça e à DHC.
A OAB que ter acesso aos documentos arquivados pelo Ministério Público durante o período para que, de acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária, José Agripino da Silva Oliveira, as suspeitas do "uso de estratégias com o fim de dificultar investigações sejam apuradas de forma célere".
Além de Rivaldo Barbosa, também foram presos por suspeita de serem mandantes dos assassinatos o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão. A vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram executados na noite do dia 14 de março de 2018.