Segundo Mizael, ele teria se encontrado com uma prostituta no momento em que a advogada era assassinada em Nazaré Paulista.
Olim também detalhou as relações entre Mizael e Evandro Bezerra da Silva, acusado de ter buscado o ex-PM do local do crime. O delegado foi a primeira testemunha ouvida no Fórum de Guarulhos, nesta terça-feira, segundo dia do julgamento de Mizael, acusado de ter assassinado sua ex-namorada Mércia Nakashima, em 2010.
Mizael alega que, em 23 de maio de 2010, dia do crime, no momento em que Mércia foi morta, esteve por quatro horas com uma prostituta, dentro de um carro, em frente ao Hospital Geral de Guarulhos. "O réu diz que em dois ou três minutos conseguiu pegar essa mulher. O rastreador não aponta esta parada. O local não é ponto de prostituição e não tem ponto de ônibus. É uma via de acesso ao aeroporto, com muito movimento", afirmou Olim.
Mizael diz que teve relações sexuais com a prostituta dentro do carro. "Ele não sabia o nome da mulher e, só depois de muita pressão, lembrou a cor do cabelo. Depois deu apenas R$ 20. Além do que, é estranho transar em um lugar de tanto movimento, sem chamar a atenção", disse o delegado.
O vigia Evandro Bezerra da Silva começou a ser investigado quando o carro de Mércia foi encontrado. Segundo o delegado, Mizael se encontrou com Evandro por mais de 20 vezes, no posto de gasolina onde o vigia trabalhava. Além disso, no dia 23 de maio ambos conversaram por 16 vezes pelo telefone.
Para falar com Evandro, Mizael usou um telefone "frio" que não havia sido declinado em uma lista para a polícia. Era um telefone frio usado só para falar com Evandro porque ele já estava planejando matar a Mércia", afirmou Olim.
No mesmo dia, às 21h21, Mizael usou o mesmo celular para conversar com a fiha usando uma antena localizada na rua Antonio Tava, próxima ao acesso para Nazaré Paulista, cidade onde o corpo de Mércia foi encontrado. Evandro teria buscado Mizael do lugar do crime. O ex-PM também teria largado o próprio carro no Hospital para subir no veículo do vigia.
O vigia tem irmãos que moram na região da represa de Nazaré Paulista e é bastante conhecido na área. Olim também disse que após o crime, o vigia fugiu para Canindé, em Sergipe, onde, após algum tempo foi encontrado e preso. Já em Aracaju, Evandro deu detalhes sobre o dia do crime. "Posteriormente, após ter falado com seus advogados, o Evandro disse ter sido torturado. Eu gravei o depoimento, ele estava calmo e não tinha marcas de agressão", disse Olim.
O depoimento do delegado foi o primeiro com a presença de Mizael no plenário. O réu, que é advogado, está sentado ao lado de seus defensores e fica a maior parte do tempo com a cabeça baixa, escrevendo em um papel. Os irmãos e o pai e Mizael também estão presentes. Da família de Mércia, estão no plenário o pai e a mãe da vítima.