Cidades

CASO MÉRCIA – Evando é condenado a 18 anos de prisão

O vigia Evandro Bezerra Silva foi considerado culpado nesta quarta-feira como cúmplice no assassinato da advogada Mércia Nakashima, morta em 23 de maio de 2010 em Nazaré Paulista (SP).

O júri popular, que teve início na segunda-feira no Fórum de Guarulhos, decidiu acolher a tese da acusação de que Evandro participou e contribuiu com o ex-policial reformado Mizael Bispo, condenado a mais de 20 anos de cadeia em março deste ano, pela morte de Mércia.

Com a decisão dos jurados, a juíza Maria Gabriela Riscali sentenciou Evandro a uma pena de 18 anos e oito meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. Ao ler a sentença, a juíza se referiu ao crime como uma "covardia", alegando que o vigia tinha uma "culpabilidade gravíssima".

"Embora não tenha sido ele que tenha derrubado sangue da vítima, ele aderiu à ideia de Mizael Bispo", afirmou a magistrada, que atribuiu ao vigia a colaboração para a realização do crime por "ser um exímio conhecedor da região" de Nazaré Paulista. "Foi uma perda inestimável para os familiares, causando sofrimento intensificado a cada dia", lamentou a juíza.

A defesa já recorreu da decisão alegando que a juíza não ouviu outras quatro testemunhas citadas pela chamada "testemunha alfa", que teria visto Mizael e Mércia dia 26 de maio, três dias após a morte, em um pedágio de Guararema.

"Pedimos para ouvir essas pessoas, mas foi negado. Então vamos apelar, pleitear a nulidade do processo porque entendemos que essa prova é fundamental para tese de defesa. Se de fato essas testemunhas viram não é só um laudo, um depoimento, que fariam a diferença. Seriam mais 4 testemunhas. E isso foi cerceado. Já recorremos, vamos apresentar as razões da apelação quando formos intimados pelo tribunal", afirmou o advogado de defesa Aryldo de Paula.

Durante os três dias de julgamento, a defesa insistiu no fato de o crime ter ocorrido dia 26, excluindo Evandro da cena do dia 23, já que o vigia buscou Mizael na represa. Para sustentar essa hipótese, a defesa se apegou ao fato de a perícia ter afirmado, em uma primeira análise logo que o corpo de Mércia foi encontrado na represa, que a advogada teria sido morta a 360 horas, o equivalente a 15 dias (dia 26).

Já pelo lado da promotoria e da acusação, o principal ponto foi as 19 ligações entre Mizael e Evandro no dia 23, todas próximas às residências dos familiares de Mércia em Guarulhos, local onde Evandro não frequentava.

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