A decisão da presidente Dilma Roussef (PT) de decretar a desapropriação das 594 famílias que vivem no Jardim Novo Portugal só comprova o total descaso que os petistas têm com a população. Da noite para o dia, quase três mil moradores ficam sabendo que serão obrigados a deixar suas casas e suas histórias, sem que os administradores tenham se preocupado em preparar um plano de transferência para novas habitações.
O Novo Portugal foi crescendo nos últimos 30 anos, com a permissão das administrações que fizeram vistas grossas e até incentivaram a ocupação desordenada do bairro, localizado ao lado do Aeroporto. O PT passou anos e mais anos falando para essas famílias que eles não sairiam de lá. Essa falsa informação tinha o objetivo de enganar o povo e ganhar votos.
Até 2007, essa população tinha a desapropriação como certa, já que o local seria utilizado para a construção da terceira pista. No entanto, numa decisão unilateral do ex-presidente Lula, Guarulhos perdeu a ampliação do Aeroporto. Junto, foram embora investimentos que seriam realizados pela iniciativa privada no município. O prefeito, naquela ocasião, não mexeu uma palha para defender o município. Diferente disso, comemorou a derrota da cidade e fez uso político das famílias do Novo Portugal, garantindo a permanência delas lá.
Como membro titular da Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal, ouvi, há menos de um mês, numa audiência pública no Congresso, o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, garantir que não havia o menor risco de ocorrerem desapropriações na região do Aeroporto de Guarulhos. Agora, vem a presidente e acaba com as esperanças daqueles moradores permanecerem no local mesmo sem a construção da terceira pista.
Trata-se de uma grande irresponsabilidade das administrações petistas. Para onde vão essas famílias? Por que não resolveram o problema habitacional primeiro? O PT só faz aquilo que lhe interessa. Só agora, depois do fato consumado, é que irão buscar recursos para remediar a situação?
Nessas horas, percebe -se como é diferente o tratamento dado pelos governos estadual e federal à população. Antes de iniciar as obras do trecho norte do Rodoanel, a Dersa e a CDHU já assinaram um convênio que visa um planejamento habitacional para que nenhuma família desapropriada seja lesada. No caso do Novo Portugal, o povo que se vire. E não é assim. Não vamos permitir que isso ocorra.
Carlos Roberto de Campos
Empresário, deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.
