O governo da Itália fechará discotecas e clubes e tornará obrigatório o uso de máscara ao ar livre em algumas áreas durante a noite. A retomada de restrições, anunciada ontem, ocorre porque casos de coronavírus aumentam em todo o país, especialmente entre os mais jovens. A regra passa a valer o hoje e vai até, pelo menos, 7 de setembro.
Os novos casos na semana passada na Itália, o primeiro país europeu a ser duramente atingido pelo coronavírus, foram mais do que o dobro dos registrados há três semanas. A idade das pessoas que contraem o vírus caiu em média para menos de 40 anos.
As novas regras começarão a valer dois dias após um feriado italiano conhecido como "ferragosto", quando muitos jovens, de férias, saíram para dançar e frequentar as praias. As máscaras serão exigidas entre 18h e 6h em áreas próximas de bares e pubs.
"Não podemos anular os sacrifícios dos últimos meses. Nossa prioridade deve ser a de abrir escolas em setembro, com toda a segurança", disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, no Facebook. No sábado, ele havia estimular os jovens a serem cautelosos, pois "se infectarem seus pais e avós, corriam o risco de causar danos reais".
O decreto suspende o funcionamento das discotecas ao ar livre, já que os locais de festa em espaços fechados não haviam sido autorizados a retomar as atividades.
A medida foi anunciada após várias divergências entre o governo central e as autoridades regionais a respeito das restrições que deveriam ser aplicadas no setor de lazer noturno, que emprega quase 50 mil pessoas.
Um decreto anterior do governo dava autonomia para que as regiões decidissem sobre as medidas sanitárias mais adequadas de acordo com a situação epidemiológica local.
Segundo a agência Ansa, como algumas regiões não impuseram a medida, os ministros reunidos ontem decidiram retirar a autonomia dos governos regionais, especificamente, na questão das discotecas.
A imprensa publicou nos últimos dias imagens de vários grupos de jovens dançando em discotecas ao ar livre, ignorando as advertências das autoridades de saúde.
A Itália registra 254 mil contágios e mais de 35 mil mortes por covid-19.
<b>Cruzeiros</b>
O governo da Itália se esforça para reativar parte da economia e autorizou as operadoras de cruzeiros a voltar a operar desde sábado.
O primeiro transatlântico a voltar ao Mediterrâneo zarpou no fim da tarde de ontem de Gênova. A saída do MSC Grandiosa, da MSC Cruzeiros, representa um teste de risco para o setor. A indústria foi prejudicada pela crise econômica derivada da crise de saúde, mas também pelas críticas envolvendo a gestão da pandemia dentro dos navios nos primeiros casos. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>