O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), reiterou nesta quinta-feira, 29, sua aliança política com o ex-presidente e correligionário Jair Bolsonaro (PL). Castro evitou comentar o julgamento que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas se disse contra o que definiu como a "criminalização da política".
Em termos políticos, o governador do Rio disse que, uma vez inelegível, Bolsonaro pode se tornar um cabo eleitoral até mais importante do que em condições de disputar eleições, em inferência à comoção que o episódio pode deflagrar.
"Ex-aliado não. Ainda sou aliado (de Bolsonaro). Inelegível ele talvez seja até mais importante do que elegível. Não tenho dúvida que um candidato que teve 49% dos votos na última eleição tem uma infinidade de seguidores", disse Castro em evento organizado no Rio pelo grupo empresarial Lide, do ex-governador de São Paulo, João Dória.
Sobre o julgamento em si, Castro tergiversou. "Não estou com os autos na mão, mas o presidente tem bons advogados. Meu comentário é que temos de parar de criminalizar a política no geral. Não pode todo presidente ou governador que sai ser excluído da política. Essa lógica fere a democracia, o processo natural de oposição e situação.
Correligionário de Bolsonaro, Castro foi um dos políticos mais pressionados pela família do ex-presidente na última corrida eleitoral. Enquanto tentava a eleição no Rio, Castro foi acusado nos bastidores de caminhar ao centro, tentando se descolar de Bolsonaro.
No evento do Lide, que acontece em hotel situado a poucos quilômetros do Aeroporto Santos Dumont, onde Bolsonaro desembarcou para acompanhar o julgamento, o assunto é tratado somente nas pequenas rodas.
Questionado por jornalistas, um importante ex-aliado do ex-presidente minimizou o tópico: "Isso não vale mais a pena. Eu só brigo para cima, para o que ficou em baixo não vale a pena", disse, sugerindo superação das articulações da família Bolsonaro no cenário político nacional.