O ministro das Relações Exteriores do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, afirmou que “a luta contra o terrorismo” é “uma prioridade”. Segundo ele, essa é uma questão de segurança nacional não apenas para o país, mas para toda a região. A autoridade falou em Doha, após reunião com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel.
“Porém, o cerco injusto imposto por outros Estados sob o pretexto de combater o terrorismo é totalmente falso e fabricado”, disse al-Thani. Segundo ele, as exigências impostas ao Catar pela Arábia Saudita e seus aliados são impossíveis de cumprir. “A lista é irrealista e não é factível”, afirmou. “Não estamos falando sobre terrorismo, mas sobre acabar com a liberdade de imprensa”, argumentou.
Os Emirados Árabes, a Arábia Saudita, o Bahrein e o Egito romperam laços diplomáticos com o Catar no começo do mês passado, com o argumento de que o país dava apoio a grupos extremistas e tinha laços com o Irã. O Catar negou apoiar extremistas e defendeu seu direito a ter relações positivas com o Irã – os dois países compartilham um grande campo de gás natural submerso.
Entre as demandas está o fechamento da emissora Al Jazeera. O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes, Abdullah bin Zayed Al Nahyan, não quis dizer hoje que ação pode ser tomada contra o Catar, caso as exigências não sejam cumpridas.
Os quatro países romperam laços diplomáticos e restringiram o acesso de seus espaços aéreos e portos, além de fechar a única fronteira deles com o Catar, a da Arábia Saudita. Eles emitiram uma lista de 13 pontos com demandas, em 22 de junho, dando ao Catar dez dias para cumpri-la. Após o fim do prazo, na segunda-feira, as nações disseram que dariam mais 48 horas. O novo prazo termina no início desta quarta-feira.
O ministro das Relações Exteriores do Catar viajou à Cidade do Kuwait na segunda-feira com uma nota escrita a mão pelo governante de seu país, o xeque Tamim bin Hamad Al Thani, segundo a estatal Kuwait News Agency. Não foram divulgados detalhes sobre a comunicação.
O Bahrein, o Egito, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes devem se reunir na quarta-feira no Cairo para discutir a crise. Os países podem impor sanções financeiras ou retirar o Catar do Conselho de Cooperação do Golfo, órgão regional que serve como contraponto ao Irã. Fonte: Associated Press.