Anfitriã da edição de 2022 da Copa do Mundo, a seleção do Catar conquistou nesta sexta-feira o primeiro título de expressão ao vencer o Japão por 3 a 1 na decisão da Copa da Ásia, disputada em Abu Dabi.
O triunfo coroou uma campanha surpreendente do Catar, apenas a 93ª colocada no ranking da Fifa, e fortalece a sua preparação para sediar o próximo Mundial, sendo selada diante de um adversário que já faturou quatro vezes o título do torneio continental é a seleção número 50 do mundo. Até então, as suas melhores campanhas haviam sido alcançadas em 2000 e 2011, quando parou nas quartas de final.
A vitória foi assegurada apenas horas depois de a seleção do Catar ser inocentada pela Confederação Asiática de Futebol da acusação, realizada por Emirados Árabes Unidos, de ter utilizado dois jogadores irregulares nas semifinais.
Um deles era o atacante Almoez Ali. E foi ele que abriu o placar da decisão, aos 12 minutos do primeiro tempo com uma meia-bicicleta dentro da grande área. Foi o seu nono gol no torneio, o que não só assegurou a sua condição de artilheiro da Copa da Ásia, como também lhe garantiu a condição de maior goleador de uma edição da competição. O Catar ampliou a sua vantagem para 2 a 0 aos 26 minutos com o gol marcado por Abdulaziz Hatem em finalização colocada da entrada da grande área.
Na etapa final do seu sétimo jogo na Copa da Ásia, o Catar foi vazado pela primeira vez na competição com o gol marcado por Takumi Minamino aos 24 minutos. Mas a seleção catariana sacramentou a sua conquista aos 38, quando Akram Afif converteu pênalti, definindo a vitória em 3 a 1.
O Catar teve campanha perfeita na Copa da Ásia, com sete vitórias em sete jogos, tendo marcado 19 gols e sofrido apenas um. A equipe passou por Líbano (2 a 0), Coreia do Norte (6 a 0) e Arábia Saudita (2 a 0) na fase de grupos. No mata-mata, até a decisão, passou por Iraque (1 a 0), Coreia do Sul (1 a 0) e Emirados Árabes Unidos (4 a 0).
Depois de superar um dos favoritos do torneio, alguns jogadores se enrolaram em bandeiras do Catar, em uma demonstração de patriotismo que pode ressonar além do mundo do futebol.
Desde que se juntou a outros países árabes para cortar os laços com Doha em 2017, os Emirados Árabes Unidos alertaram os moradores de que expressar simpatia pelo Catar poderia levar a multas e prisão. Os Emirados Árabes estão entre um quarteto de nações que acusa seu inimigo regional de apoiar extremistas, o que o Catar nega.