A Diocese de Guarulhos vive os momentos finais de preparação para a missa solene de encerramento do Ano Santo, marcada por forte significado espiritual, histórico e simbólico. No centro dessa celebração está a imagem do Senhor Crucificado – Senhor Morto, escultura em madeira policromada datada do final do século XVIII, que permaneceu exposta ao longo de todo o Ano Jubilar junto ao altar da Catedral.
A escolha da imagem não foi casual. Desde a abertura do Ano Santo, em 28 de dezembro de 2024, a Igreja propôs uma vivência marcada pela peregrinação, contemplação e centralidade da cruz, conforme indicado pelo Papa Francisco no documento Desiderio desideravi, ao afirmar que “o conteúdo do Pão partido é a cruz de Jesus, seu sacrifício em obediência de amor ao Pai”.

Uma cruz carregada de história e devoção popular
Para acompanhar espiritualmente todo o Ano Jubilar, a Diocese optou por uma cruz profundamente ligada à piedade do povo e à história da Igreja local. O Cristo escolhido — conhecido tradicionalmente como Senhor Morto — possui braços articulados e é utilizado, de modo especial, na cerimônia do Descendimento da Cruz, realizada na Sexta-feira Santa.
Nesse rito, o corpo do Senhor é lentamente retirado da cruz, colocado nos braços de Maria e depois conduzido ao esquife, seguindo em procissão. Ao longo do restante do ano, a imagem permanece com os braços ao lado do corpo, evocando o Cristo morto, marcado pelas chagas e pela entrega total.
A escultura impressiona pela riqueza de detalhes, pela expressão da dor e pela profusão de feridas e sangue, remetendo diretamente às profecias de Isaías sobre o Servo Sofredor: aquele que tomou sobre si as dores da humanidade para oferecer cura e redenção.
Ano Jubilar marcado pela contemplação e pela conversão
Durante todo o Ano Santo, milhares de fiéis se detiveram diante da imagem para rezar, chorar, pedir misericórdia e agradecer graças recebidas. A presença constante do Crucificado junto ao altar reforçou o chamado à conversão pessoal e à vivência mais profunda da fé cristã.
A Diocese recorda que contemplar o Cristo chagado é também recordar que Ele continua presente nos pobres, doentes, encarcerados e sofredores, conforme ensina o Evangelho de Mateus. O Ano Jubilar, nesse sentido, não se limitou à dimensão litúrgica, mas se traduziu em gestos concretos de solidariedade, caridade e compromisso com o próximo.
Missa de encerramento une fé, história e ação solidária
A missa de encerramento do Ano Santo, que será celebrada na Catedral de Guarulhos, neste domingo, reúne todo esse percurso espiritual vivido ao longo do ano. A celebração será marcada pela solenidade litúrgica, pela presença do Crucificado que acompanhou o Jubileu e por ações concretas de solidariedade, como a arrecadação de alimentos, reforçando o compromisso da Igreja com os mais necessitados.
O encerramento do Ano Santo não representa um fim, mas um envio: um chamado para que os frutos espirituais do Jubileu continuem a transformar a vida das comunidades, das famílias e da cidade.
Fé que atravessa os séculos
Ao olhar para o Senhor Morto, a Diocese convida os fiéis a recordar as palavras do Apocalipse: “Eis que ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão”. A imagem, que atravessou séculos de devoção, continua a falar aos corações de hoje, convidando à conversão, à esperança e ao amor vivido no dia a dia.
“A missa de encerramento do Ano Santo será a síntese de um caminho de fé, vivido sob o sinal da cruz, da misericórdia e da solidariedade”, destaca o padre Antonio Bosco, pároco da Catedral de Guarulhos.
Serviço
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Evento: Missa de Encerramento do Ano Santo – Jubileu 2025
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Data: Domingo, 28 de dezembro de 2025
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Horário: 15h
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Local: Catedral Nossa Senhora da Conceição
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Endereço: Praça Tereza Cristina, 01 – Centro – Guarulhos



