O dólar opera em alta moderada na manhã desta sexta-feira, indicando cautela do investidor com o cenário doméstico. A sexta-feira é de agenda econômica esvaziada, mas o investidor se mantém vigilante à espera das reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos semana que vem, enquanto avalia os últimos acontecimentos do cenário doméstico.
O Diário Oficial da União de hoje publica o decreto do presidente Jair Bolsonaro que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para bancar a reformulação do novo Bolsa Família. A decisão, divulgada ontem à noite pelo Planalto, vai encarecer o crédito, mas renderá arrecadação adicional aos cofres do governo de R$ 2,14 bilhões até o fim deste ano, que será usada para a ampliação do programa social, agora denominado Auxílio Brasil.
O ex-presidente do Banco Central e presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil, Ilan Goldfajn, criticou hoje a decisão do governo federal. "A solução é ruim, é ineficiente, vai dificultar o crescimento, dificultar a agenda do BC, que é de mais eficiência", disse Goldfajn, em entrevista à <i>Globonews</i>. Para o executivo, a ampliação do Bolsa Família deveria partir de uma revisão estrutural de gastos no Orçamento.
No noticiário econômico, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Guilherme Moreira, elevou de 0,93% para 1,0% a sua projeção de inflação de setembro, após a leitura mais pressionada da segunda quadrissemana do mês. Apesar de ter desacelerado de 1,34% para 1,21%, o IPC ficou acima da expectativa da Fipe, de 1,14%.
Às 9h57, o dólar à vista era negociado a R$ 5,2974, em alta de 0,62%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em outubro subia 0,80%, aos R$ 5,3075.
No exterior, apesar do ambiente mais negativo nos mercados de ações, o dólar recua ante moedas fortes e opera perto da estabilidade ante as de países emergentes.
O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, recuava 0,09%.