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CBF usa seminário para encerrar polêmica na arbitragem

A CBF tentou dar um basta definitivo na polêmica sobre a marcação de faltas em lances de toque de mão nas partidas. Na tarde desta quinta-feira, a entidade reuniu árbitros, dirigentes de clubes e alguns atletas para um seminário com o ex-árbitro uruguaio Jorge Larrionda, que atualmente é instrutor da Fifa. Houve a exibição de diversos vídeos com exemplos de lances controversos, mas algumas dúvidas permaneceram.

O encontro durou uma hora e meia e agradou jogadores e árbitros. “Foram vários pontos, e a maneira como ele explicou deixou bem claro. Cabe a nós repassar a todos os jogadores. Acredito que vá facilitar bastante não só para nós, mas para a arbitragem ter um pouco mais de tranquilidade”, disse o lateral corintiano Fábio Santos.

“Foi muito importante este encontro, sim. Acho que todo o atleta sempre tem que buscar a evolução e tentar melhorar”, resumiu o zagueiro Índio, do Internacional. O árbitro Marcelo de Lima Henrique destacou que os vídeos apresentados são os mesmos exibidos aos árbitros brasileiros em treinamento realizado em agosto, em Teresópolis. Mas reconheceu que “depois da Copa houve uma série de lances que foram discutidos e que gerou essa situação toda”.

Em sua explanação, Jorge Larrionda afirmou que a questão dos lances de mão na bola é simples. O juiz e os auxiliares precisam estar atentos se o movimento da mão é natural ou se “enseja uma ação defensiva”. E pediu aos jogadores presentes: “Tratem de mostrar ao árbitro que vocês querem evitar um contato com a mão”.

Como exemplos, ele exibiu uma série de vídeos com lances de jogos da Copa do Mundo e de competições de clubes. Mas os próprios árbitros presentes ao encontro demonstraram estar em dúvidas. Em um dos lances apresentados, um jogador tenta tirar o braço da jogada após um chute adversário, mas acaba interceptando a bola dentro da área. Nesse momento, na plateia, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro pergunta a um colega, em conversa paralela: “Foi pênalti ou não foi?”. O colega titubeia e a dúvida permanece. No palco, Larrionda prossegue com suas explanações e é taxativo: “Claro que não!”.

DEFESA – Antes da apresentação de Larrionda, o presidente da CBF, José Maria Marin, reconheceu estar preocupado com os erros, mas defendeu a arbitragem brasileira. “Muitas vezes os modernos aparelhos de imagem mostram os lances em detalhes, e muitas vezes mostram os equívocos da arbitragem e da própria imprensa. O futebol é dinâmico, e os lances são instantâneos. E aí entra o ser humano para tomar decisões”, argumentou. “Temos que distinguir entre o possível erro humano e o dolo.”

Já o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Correa, preferiu criticar a imprensa. “Muitas vezes a mídia, parcela dela, não tem capacidade para falar da arbitragem”, afirmou, pedindo “cada macaco no seu galho”. Para Correa, “a arbitragem brasileira é uma das melhores do mundo”.

Jorge Larrionda apitou duas Copas do Mundo, em 2006, na Alemanha, e em 2010, na África do Sul. No Mundial de 2010, ele acabou marcado negativamente por não ter validado um gol de Lampard contra a Alemanha nas quartas de final. Na ocasião, a bola bateu no travessão e quicou dentro do gol – o time inglês acabaria perdendo o jogo.

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