Pela primeira vez na história – por mais incrível que possa parecer -, a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) tem sua sede com saída para o mar. Nesta quarta-feira, a entidade inaugurou oficialmente seu novo lar junto à Marina da Glória, local que sediou as provas da modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. O evento também marcou a inauguração do Hall da Fama da vela, com homenagens aos bicampeões olímpicos Torben Grael e Marcelo Ferreira.
Medalhistas de ouro nos Jogos de Atlanta-1996 e Atenas-2004, Torben e Marcelo colocaram suas mãos em moldes de concreto que passarão a formar o Hall da Fama. “É sempre muito gratificante, dá aquela sensação de ter feito muito pela vela no Brasil”, disse Torben, que já integra o Hall da Fama Internacional. “O cimento já estava um pouco duro quando colocamos a mão ali, mas acho que ficou bom”, brincou.
Feliz com a homenagem, Marcelo Ferreira também demonstrou bom humor. “Eu, como construtor, boto muito a mão no cimento, mas, brincadeira à parte, foi uma surpresa. Eu estava viajando quando recebi a notícia, por um amigo que estava me dando os parabéns. Estava inclusive velejando na Itália, um resultado horrível na regata, e o cara me dando os parabéns! Aí que fui saber e fiquei muito feliz”, comentou.
Ferreira também destacou a localização da nova sede da CBVela, junto à Baía de Guanabara. “Desde que eu me entendo por velejador, a gente tinha que ir pro Centro, para a Barra (da Tijuca), pra poder ir pra federação. Hoje, você pode ter a base central aqui, perto do aeroporto (Santos Dumont), o que vai facilitar muito a vida para o pessoal que vem de fora. É um marco para a vela brasileira”, afirmou o velejador, que tem quase três décadas como atleta. “Eu acho bizarro (que só agora a confederação tem saída para o mar). Estou na vela olímpica desde 1989 e a gente sempre falava que tinha que sair da sede e navegar, e não pegar o barco e rebocar.”
PATROCÍNIO – Nesta quarta-feira também foi assinada a renovação do patrocínio do Bradesco com a CBVela até 2020, ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A confederação é uma das três com as quais o banco manteve a parceria – no último ciclo olímpico, foram seis, além do apoio ao Time Brasil.
A manutenção do acordo com a vela tem a ver com os resultados, mas também com a gestão da entidade. “Patrocínio esportivo tem a ver com atrelar os valores do esporte com sua marca, e a vela traz uma série de valores. Os resultados são importantes para a formação das pessoas, porque você traz ídolos. Mas a gente também analisa, e eu diria que é um fator exclusivo, a questão de planejamento, gestão e governança”, disse Fábio Dragone, superintendente de Marketing do Bradesco. Segundo ele, é política do banco não informar valores de patrocínios, mas o novo acordo “está em patamares muito parecidos” ao anterior.