Quando as obras em uma área da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) tiveram início duas semanas atrás, o GWEB consultou a empresa pública ligada ao Governo do Estado para saber o que seria feito ali.
Em 12 de novembro, a partir dos questionamentos realizados, a Comunicação da CDHU demonstrou que empresa pública não tinha conhecimento sobre os movimentos de terras ali, nem tampouco que o terreno iria abrigar um grande evento artístico, numa promoção da Prefeitura de Guarulhos. Informou apenas que estava sendo realizada a limpeza na área.
Diante da primeira resposta, o GWEB – de posse de novas informações – voltou a fazer diversos questionamentos à CDHU no próprio dia 12, no dia 13, 14 e 17, que ficaram sem qualquer resposta, apesar da insistência da reportagem, por email e por telefone.
No dia 14, o GWEB enviou os seguintes questionamentos:
– A área foi cedida para a Prefeitura de Guarulhos ou para terceiros para a realização de um show musical?
– De que forma foi realizada esta cessão e quando, já que no último dia 12 a CDHU nos informou que a área estava apenas passando por limpeza?
– A CDHU tem conhecimento de que há movimentação de terras no local, inclusive com o depósito de materiais que estão vindo de outros locais não identificados?
– Após a realização do evento, a CDHU vai retomar a área?
Nada foi respondido.
Somente nesta quinta-feira, dia 27, após o GWEB enviar à Comunicação da empresa o posicionamento do Ministério Público Estadual, que inclui questionamentos feitos pelo portal, sobre a forma como a CDHU tinha concedido a área à Prefeitura ou a terceiros e quando, a resposta chegou na manhã desta quinta-feira, dia 28.
Porém, o comunicado difere da primeira manifestação feita 15 dias atrás. Houve mudança de postura por parte da empresa, diante da repercussão das obras realizadas no local, por empresas privadas ligadas à Prefeitura de Guarulhos.
A CDHU agora informa que “fez um acordo de compensação tributária com a Prefeitura envolvendo os terrenos do Parque Cecap, que pertencem à Companhia há décadas. O terreno será usado como permuta para a remição de dívidas de IPTU. Esse processo está em tramitação. Paralelamente, a CDHU aprovou cessão temporária da área, já que o município solicitou a suspensão de ações judiciais referentes ao tema. As ações no terreno são realizadas pela Prefeitura”.
Nada disso havia sido informado anteriormente, nem na primeira resposta e nem nos questionamentos seguintes realizados pelo GWEB.
A única informação repetida nas duas manifestações companhia é que “o terreno não está em área de proteção e a CDHU não tem registro de nascentes no local”.
