Pressionado pela torcida e criticado pela imprensa, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, confirmou nesta quarta-feira o ex-jogador Lucho González como técnico para substituir Marquinhos Santos. Sem nenhuma experiência na função, o nome do ex-meia do Athletico-PR foi recebido com surpresa e desconfiança.
O acordo com Lucho González foi fechado nesta quarta-feira e terá validade até o fim da temporada, portanto, serão apenas 14 jogos. Com o novo treinador, também chegam os auxiliares Emanuel Depaoli e Walter Scarinci, além do preparador físico Diego Giachinno.
A nova comissão tem desembarque previsto na capital cearense para a sexta-feira. Para o jogo com o Athletico, no próximo sábado, na Arena Castelão, o time será de novo comandado pelo interino Juca Antonello.
A missão do ex-meia não será fácil, porque o time cearense vem em queda vertical. Sem vencer há cinco rodadas, com três derrotas e dois empates, aparece na perigosa 15ª posição, com 26 pontos, e 37,7% de aproveitamento. Tem apenas três pontos na frente do Avaí, que abre a zona de rebaixamento com 23. Segundo o Departamento de Matemática da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) o clube cearense tem 23,8% de chances de cair para a Série B, um pouco mais 26% – segundo o site Infobola.
Lucho González é argentino, tem 41 anos, e teve uma carreira brilhante como jogador. Ele é o segundo argentino com mais títulos na carreira, com 29, atrás somente de Lionel Messi, do PSG da França. O meia teve passagens no Huracán-ARG, River Plate-ARG, Olympique Marseille-FRA, Porto-POR e Athletico-PR.
Acontece que a sua única experiência mais perto do campo foi a de auxiliar técnico do Athletico, função que passou a ocupar partir de janeiro deste ano. Mas ele trabalhou apenas até o dia 10 de abril, quando o técnico Alberto Valentim foi demitido, após ser goleado pelo São Paulo, por 4 a 0, no Morumbi, logo na primeira rodada do Campeonato Brasileiro.
Valentim caiu após o jogo, num domingo, e Lucho González, na segunda-feira, entregou o cargo por não concordar com a saída do então técnico. Foram apenas 100 dias de trabalho.
Os próprios auxiliares já são mais experientes. Depaoli tem passagens por Blooming (BOL), Emelec (EQU), seleção equatoriana, além de Atlético Tucumán e Estudiantes, da Argentina. Como observador técnico, Walter Scarinci tem experiências nos clubes franceses Nice (FRA), Montpellier, Monaco e Dijon. Nos Estados Unidos, o profissional passou pelo Real Salt Lake e England Revolution.
O preparador Diego Giacchino já trabalhou no Santos, seleções da Colômbia e Irã, atuante nas Copas do Mundo de 2014 e 2018, e nos argentinos Banfield e Independiente.