O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta terça-feira, 24, que "há poucos dias, a loucura invadiu as ruas de Brasília, pouco após a posse de Lula". Ele mencionou os distúrbios do dia 8 de janeiro na capital brasileira ao comentar sobre riscos à democracia na região e a necessidade de defendê-la, durante discurso na abertura da Cúpula de presidentes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires.
Fernández mencionou também, por exemplo, distúrbios políticos dos últimos anos na Bolívia. O presidente argentino começou seus discurso com pedido de "um enorme aplauso para celebrar o retorno do Brasil à Celac" e comentou a "alegria de ter o presidente" brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, entre os presentes.
Presidente de turno da Celac, Fernández defendeu seu papel à frente da instituição. Ele destacou que assumiu um compromisso de incorporar também as necessidades do Caribe na Celac, e disse que em várias ocasiões em cúpulas globais destacou os impactos das mudanças climáticas sobre essa região. Fernández ainda lembrou que Argentina e México criaram juntos um fundo de assistência ao Caribe, para mitigar os problemas gerados pelas mudanças climáticas.
Em outro momento, Fernández qualificou como "imperdoável" o "bloqueio de mais de seis décadas" vivido por Cuba. E também mencionou o bloqueio contra a Venezuela, acrescentando que "é preciso se posicionar contra isso".
Fernández ainda disse que foi possível "avançar na relação bilateral" com o Brasil, durante a visita de Lula, e defendeu a importância de se avançar do mesmo modo em todo o continente. Ao final de sua fala, o presidente argentino declarou aberta "a Cúpula das Américas", uma gafe logo corrigida. A Cúpula das Américas foi criada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e inclui a presença dos EUA.