Internacional

Célula da Al-Qaeda na Síria alarma autoridades dos EUA

Embora o grupo Estado Islâmico esteja recebendo a maior parte das atenções agora, outro grupo de extremistas na Síria – que reúne jihardistas do Afeganistão, Iêmen, Síria e Europa – representa uma ameaça mais direta e iminente aos EUA, afirmaram autoridades norte-americanas. Segundo elas, esse grupo trabalha com fabricantes de bombas do Iêmen para atacar a aviação dos EUA.

No centro está uma célula conhecida como grupo Khorasan e formada por veteranos combatentes da Al-Qaeda do Afeganistão e do Paquistão, que viajaram para a Síria para se juntarem à Frente Nusra, braço da Al-Qaeda no país.

Mas os militantes Khorasan não foram para a Síria para combater o governo do presidente Bashar Assad, disseram as autoridades dos EUA. Em vez disso, eles foram enviados pelo líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri para recrutar europeus e americanos, que conseguem embarcar em aviões de passageiros com destino os EUA e são sujeitos a um escrutínio menor dos oficiais de segurança.

Além disso, de acordo com a inteligência dos EUA, os militantes Khorasan trabalham com fabricantes de bombas do braço da Al-Qaeda no Iêmen a fim de testar novas maneiras de passar explosivos pela segurança aeroportuária. O temor é o de que os militantes Khorasan forneçam esses explosivos sofisticados para seus recrutas no Ocidente, que possuem passaportes que os permite embarcar em voos para os EUA.

O governo dos EUA disse que o grupo Estado Islâmico, o alvo de mais de 150 ataques aéreos nas últimas semanas, não impõe uma ameaça iminente ao país. O grupo Khorasan, que não tem sido alvo da ação militar norte-americana, é considerada uma ameaça mais imediata.

Devido à descoberta sobre a colaboração entre o grupo Khorasan e os fabricantes de bomba da Al-Qaeda no Iêmen e extremistas do Ocidente, as autoridades dos EUA disseram que a Administração de Segurança do Transporte decidiu em julho proibir telefones celulares descarregados e laptops nos voos para os EUA que partem da Europa e do Oriente Médio.

A conspiração do grupo Khorasan com o braço da Al-Qaeda no Iêmen mostra que, apesar dos danos que os anos de ataques com mísseis teleguiados causaram à liderança do núcleo da Al-Qaeda no Paquistão, o movimento ainda pode ameaçar o Ocidente. O grupo foi renovado no ano passado, à medida que as ramificações da Al-Qaeda cresceram em força e número, reforçado por um fluxo enorme de extremistas ocidentais para um novo porto seguro terrorista criado pela guerra civil na Síria.

O braço da Al-Qaeda no Iêmen, a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), foi capaz de colocar três bombas em aviões que tinham como destino os EUA, embora nenhuma dessas tentativas tenha conseguido derrubar a aeronave.

“Os esforços repetidos do grupo para esconder explosivos para destruir aeronaves demonstram sua contínua busca por ataques de alto perfil contra o Ocidente, a sua consciência cada vez maior de procedimentos de segurança ocidental e os seus esforços para se adaptar a esses procedimentos que adotamos”, disse recentemente o vice-diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo Nicholas Rasmussen a uma comissão do Senado.

James Clapper, diretor da inteligência nacional, divulgou pela primeira vez durante uma audiência no Senado em janeiro que um grupo de núcleo de militantes Al-Qaeda provenientes do Afeganistão e do Paquistão estava planejando ataques contra o Ocidente na Síria. Mas o nome do grupo, Khorasan, ou as suas ligações com o braço da Al-Qaeda no Iêmen, que é considerado a ameaça terrorista mais perigosa para os EUA, não tinha sido revelado anteriormente. Fonte: Associated Press.

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