Depois de comandar os primeiros treinamentos no Fortaleza, Rogério Ceni concedeu nesta sexta-feira a sua primeira entrevista coletiva na equipe da capital cearense. E foi incisivo ao destacar: embora esteja em um clube recém-promovido à Série B do Campeonato Brasileiro, com orçamento incomparável ao do São Paulo, a sua motivação é exatamente a mesma.
“Todos os dias acordo com a mesma motivação, o mesmo desejo que eu acordava há seis meses. Isso eu tenho tranquilo comigo. O trabalho que eu desenvolvia no São Paulo é o mesmo que desenvolvo aqui”, garantiu o treinador. “Gasto duas, três horas para montar um treino, o mesmo tempo que gastava lá. Busco fazer as mesmas melhorias que fazia em São Paulo, tentando tornar o mais profissional possível. Não importa a divisão ou o orçamento, apenas o seu desejo de vencer”.
Além de garantir o mesmo empenho que em seu ex-clube, Rogério Ceni elogiou as condições de trabalho. O CT do Fortaleza, na capital cearense, segundo ele, embora ainda precise de alguns ajustes, pode fazer frente aos de alguns times de São Paulo.
“O CT é uma área muito bacana a ser explorada. O Fortaleza não pode deixar isso aqui esquecido. Lá em São Paulo não são todos os clubes que têm uma área como essa. Claro que é um pouco afastado da cidade, mas é uma área bem espaçosa, com quatro campos, alojamentos”, disse.
Questionado se seria difícil tornar-se treinador após ser ídolo de um time, Rogério Ceni ponderou que o mais importante é saber aproveitar as experiências. “Isso é natural (o fato de ser ídolo). Muitos treinadores, tirando os acadêmicos, são ex-jogadores. Eles passam por essa transição e viram treinador. Eu já tive esse período no primeiro semestre, no São Paulo e foi importante. Então, tiramos as coisas boas e vamos ajustando. A vida é feita de experiências. A carreira como atleta não posso mais mudar. Mas a carreira como treinador espero dar continuidade no restante do ano”.
Rogério Ceni também aprovou o elenco do Fortaleza, disse que participou de sua elaboração e revelou que está observando alguns jogadores da base. Satisfeito também com os quatro goleiros à disposição, o ex-jogador do São Paulo contou evitar ao máximo interferir no treinamento deles. “Os goleiros são treinados pelo Bosco, que já trabalhou comigo. Se ele tem confiança, não é algo que me preocupo. Não interfiro no treinamento. Posso fazer apenas uma observação, mas não interfiro”, completou.