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Censo do patrimônio da União incluirá de prédios públicos a reservas naturais, diz IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai realizar um censo do patrimônio da União, que incluirá desde prédios públicos a reservas naturais, informou nesta quinta-feira, 16, o presidente do instituto, Marcio Pochmann. O acordo para a realização do censo patrimonial será assinado no Palácio da Fazenda, no centro do Rio, em cerimônia em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação de Serviços Públicos, através da Secretaria do Patrimônio da União.

"Nós vamos ter a consagração de um acordo que estabelece para o IBGE uma atribuição muito importante e imediata de realizar o censo do patrimônio da União. Isso é muito importante porque nos dará condições de conhecer melhor a presença do estado através dos prédios públicos, de suas reservas naturais, tudo o que diz respeito ao poder público federal, e, ao mesmo tempo, áreas de marinha, no âmbito da relação do território com o oceano", disse Pochmann em discurso, durante o evento "1º Encontro Diálogos IBGE 90 Anos", em Parada de Lucas, na zona norte do Rio de Janeiro.

As declarações foram dadas por Pochmann no primeiro dia do evento – fechado à imprensa, mas transmitido virtualmente – que definirá 12 diretrizes para a atuação do IBGE nos próximos três anos, até seu 90º aniversário, em 2026, último ano do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O IBGE terá ainda um espaço especial nesse palácio (da Fazenda), que é simbólico, de um sonho do Brasil que veio com a Revolução de 30 (Revolução de 1930, que culminou com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, como chefe do Governo Provisório da República). E nesse espaço nós teremos a oportunidade de constituir um museu, marca importantíssima da nossa instituição aqui no Rio de Janeiro", contou Pochmann à plateia.

A Revolução de 30 foi assunto também no discurso do secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Manoel Rebelo Fernandes.

"(O IBGE) É uma criação da Revolução de 30, é uma criação destinada a desenhar os caminhos da construção de um projeto de desenvolvimento nacional. E essa missão, ela não se encerra, tem que ser atualizada, e esse é o desafio, a meu ver, do IBGE no século 21", disse Fernandes.

O secretário introduziu assim o comentário sobre a repercussão negativa à época da indicação de Marcio Pochmann à presidência do IBGE. "Entendendo o IBGE como uma criação da revolução de 30 ajuda a entender também a reação negativa que houve em determinados setores à indicação do Marcio Pochmann", continuou.

"São as vozes da contrarrevolução de 32, inconformados com o papel que o instituto tem a cumprir no descortinar dos caminhos do desenvolvimento do Brasil no século 21. Acho que a elite financeira paulista olhou para o Marcio Pochmann, gaúcho, achou que era a encarnação do Getúlio Vargas e resolveu abrir baterias aqui contra o seu inconformismo (…) e dirigiu seu inconformismo para o nosso querido Marcio. São vozes que foram derrotadas no passado, e que voltarão a ser derrotadas no presente. O IBGE fruto das discussões desse encontro saberá descortinar seus caminhos para continuar servindo ao desenvolvimento do País", discursou Fernandes.

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