Numa monografia sobre o arquiteto paranaense João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), que estaria completando 100 anos nesta terça, 23, outro arquiteto, João Masao Kamita, conta um episódio que resume bem o temperamento forte e assertivo do homem que projetou o Estádio do Morumbi, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o edifício Louveira e tantos outros prédios que se tornaram referências históricas da arquitetura brasileira.
Em 1952, Artigas publicou um texto polêmico em que confrontava de maneira dura dois dos ícones da moderna arquitetura, o norte-americano Frank Lloyd Wright (1867-1959) e o suíço Le Corbusier (1887-1965). Abjurando a influência da arquitetura orgânica de Wright, visível em seus primeiros projetos, Artigas condenou ainda o ascético racionalismo de Le Corbusier, que marcou a modernidade arquitetônica no Brasil – em especial Niemeyer e Artigas.
Surge, então, a questão: por que ambos foram alvos de sua crítica? Uma possível resposta está esperando o visitante na exposição Ocupação Artigas, que o Itaú Cultural abre nesta terça, 23, para convidados, e quarta, 24, para o público. Nela estão reunidos objetos pessoais, desenhos, projetos e um filme sobre o arquiteto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.