As atenções das centrais sindicais vão se dividir, nos próximos meses, entre eleições e campanhas salariais. No primeiro caso, além de tentar ampliar a representação do movimento sindical no Congresso, seus líderes querem influir no resultado da campanha presidencial.
Prevendo a polarização da campanha entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) pretende promover debates destinados a apresentar as diferenças entre os dois projetos políticos. Historicamente ligada ao PT, a central vê na candidatura tucana a possibilidade de um retrocesso na questão dos direitos dos trabalhadores.
Em entrevista à Agência Sindical, o secretário-geral da entidade, Sérgio Nobre, disse: “É forte entre os companheiros a consciência de que devemos avançar, impedindo o retrocesso e o retorno do passado neoliberal de desemprego e arrocho.”
A posição da CUT, a principal central do País, não é unanimidade no meio sindical. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente licenciado da Força Sindical, se alinha com o palanque do PSDB.
Deputado federal eleito pelo PDT e agora filiado ao Solidariedade (SD), Paulinho também trabalha para ampliar o quadro de representantes sindicais no Congresso. Na semana passada, ao participar de um encontro com candidatos a cadeiras de deputado federal e estadual, em São Paulo, observou: “Precisamos de mais trabalhadores com mandato.”
De acordo com números apresentados durante o encontro, na Câmara atuam 72 parlamentares identificados com as causas dos trabalhadores. O número de representantes ligados ao empresariado chega a 273.
Entre os candidatos reunidos no encontro promovido pela Força, apareceram representantes de vários partidos. Segundo Paulinho, isso reflete o caráter pluralista da entidade.