Ave Rara, de Qiao Liang, abre nesta quinta, 4, no CCSP (Centro Cultural São Paulo), a 4ª Mostra do Cinema Chinês de São Paulo. O festival segue até dia 14, exibindo um total de 12 filmes que dificilmente chegariam ao circuito comercial.
A começar por este Ave Rara, vencedor do Festival de Moscou de 2017. Nele, encontramos algumas características às quais já nos acostumamos em relação ao cinema feito na China – grande apuro técnico e visual, roteiro caprichado e interpretações refinadas.
A história é a de um jornalista que trabalha em Pequim e regressa à sua cidade natal para fazer uma reportagem sobre um pássaro raro que apareceu na região. Seu trabalho investigativo, porém, o leva a ameaçar uma fábrica que dá emprego aos habitantes, mas polui a região. Esta é uma contradição entre outras, que enreda a trajetória do repórter através de antigas relações familiares e de amizade. Um filme bastante consistente, e encantador do ponto de vista visual. O desenvolvimento acelerado da China tem levado seus artistas a se preocupar com a questão ambiental: basta checar a obra do mais famoso deles, Jia Zhang-ke, para notar a recorrência do tema.
No entanto, desta vez, a estrela é Qiao Liang, que vem a São Paulo e apresenta uma retrospectiva de seus filmes. Além de Ave Rara, serão apresentados os longas Voar, Keeling e A Ex-Mulher. Após a exibição deste último, no sábado às 15h, haverá debate com o diretor.
Outro cineasta que ganha retrospectiva é Liu Julie, com os títulos Esconde-Esconde, A Montanha Nevada, Juventude e De Lan. Vencedor do Festival de Xangai, De Lan conta a história de um rumoroso caso de amor entre um jovem da etnia han e uma mulher tibetana casada.
Completa a mostra um Panorama da Mongólia Interior, região autônoma da China, através da obra da nova geração. Entre os títulos programados, Besta Velha, de Zhou Ziyang, A Ira do Silêncio, de Xin Yukun, Dizer Adeus, de Degena Yun, além do documentário Da San, de Tong Jiasheng. A mostra tem curadoria de Wang Yao, da Academia de Cinema de Pequim, e é uma realização do Instituto Confúcio na Unesp. Ingressos para filmes e debates são gratuitos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.