Entre sábado, 14, e domingo, 15, 5 mil pessoas procuraram atendimento no Centro de Monitoramento da Dengue, em Sorocaba. A procura intensa superlotou o local e muitas pessoas tiveram de esperar horas na calçada. De acordo com funcionários, 3 mil pessoas foram atendidas no sábado e cerca de 2 mil até as 18 horas de domingo. O atendimento prosseguiu durante a noite. Ontem, a prefeitura informou que acompanha 4 mil casos simultaneamente.
A doméstica Taís Aparecida dos Santos Rosa chegou às 10h30 e só conseguiu passar pelo exame às 16h30 de domingo. Moradora da Vila Barão, ela relatou que só foi possível fazer o exame do laço, que detecta a dengue por marcas na pele. “Como deu negativo, terei de voltar amanhã.”
A dona de casa Edilaine Ramos Souza, moradora do Parque São Bento, no outro extremo da cidade, estava no local pelo quarto dia seguido. “Meus quatro filhos estão com dengue e passo mais tempo aqui do que em casa.” Ela esperou o exame de um dos filhos por sete horas.
Descontrole
Funcionários do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que administram o centro, dizem que a situação está fora do controle. “Estamos todos exaustos, não só nós, como também a equipe médica”, disse uma atendente que pediu para não ser identificada.
No sábado, uma idosa desmaiou durante a espera. Não há assento para todos e as pessoas em pior estado ocupam as cadeiras. Sorocaba tinha 12.780 casos confirmados de dengue no dia 11. Na segunda-feira, 16, a prefeitura destinou mais 15 leitos na Santa Casa, elevando para 248 o número de lugares para internação.
Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou no domingo, a dengue já atinge mais de 90% das cidades paulistas, conforme o Ministério da Saúde. Dos 645 municípios, 604 já registraram ao menos um caso com diagnóstico da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram 123.738 notificações, ou 281 para cada 100 mil habitantes – acima de 300, configura-se epidemia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.