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Direita vence socialistas nas eleições em Portugal e extrema-direita cresce

Os portugueses optaram por uma guinada à direita nas eleições que foram realizadas neste domingo, 10, após nove anos de governos encabeçados pelo Partido Socialista (PS). A legenda de centro-direita Aliança Democrática (AD), de Luís Montenegro, conquistou o maior número de cadeiras no Parlamento e vai tentar formar um governo no país europeu.

O pleito português estava previsto para ocorrer apenas em 2026, mas o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, anunciou a sua renúncia após denúncias de um escândalo de corrupção relacionado a negócios de lítio e hidrogênio no país.

A Aliança Democrática (AD), de centro-direita, venceu as eleições legislativas em Portugal, com 29,52% dos votos, conquistando 79 cadeiras no Parlamento português. O Partido Socialista (PS) ficou em segundo lugar, com 28,66% dos votos e 77 cadeiras, e deve ser oposição pela primeira vez desde 2015.

A legenda de extrema-direita Chega teve um grande desempenho, conseguindo mais do que o dobro dos votos do último pleito e se consolidando como terceira força política em Portugal. O partido de André Ventura teve 18% dos votos, conquistando 48 cadeiras.

<b>Quando será formado um governo?</b>

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que ocupa a função de Chefe de Estado, vai convidar nesta semana o líder do partido vencedor das eleições, Luís Montenegro, da Aliança Democrática (AD), para tentar formar um governo.

Montenegro deve iniciar negociações para conseguir formar uma maioria no Parlamento de Portugal em uma coalizão encabeçada por ele como primeiro-ministro. A AD conseguiu 79 cadeiras e precisa de outros partidos para chegar ao número de 116 cadeiras, quantidade mínima de parlamentares para a formação de uma coalizão em um Parlamento de 230 deputados.

A legenda vencedora poderia formar um governo caso fizesse uma coalizão com o Chega, mas Montenegro havia afirmado antes do pleito que não governaria com o apoio do partido de extrema-direita e reiterou a promessa após as eleições.

<b>O que aconteceu com a extrema-direita?</b>

O partido Chega, de extrema-direita, se consolidou como a terceira força política de Portugal. A legenda obteve 18% dos votos, representando 48 cadeiras. O líder da legenda, André Ventura, um advogado de formação que já quis ser padre, ganhou fama por ter atuado como comentarista de futebol e com declarações inflamadas contra diversas minorias, como a comunidade cigana e imigrantes.

Segundo Ventura, é necessário limitar a imigração porque o alto fluxo de imigrantes está pressionando o sistema de saúde e o setor da habitação. O político também relacionou o número de imigrantes com um aumento da criminalidade em Portugal, discurso que é contestado por especialistas.

O líder do Chega afirmou que gostaria de fazer parte de um governo de direita, encabeçado pela Aliança Democrática (AD).

<b>O que aconteceu com a esquerda socialista de Portugal?</b>

O líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, reconheceu que a legenda deve ser oposição no Parlamento de Portugal. A mídia portuguesa chegou a especular sobre um possível apoio dos socialistas a um governo da AD com o intuito de bloquear uma coalizão de centro-direita com o Chega, mas esta possibilidade parece improvável.

Em novembro do ano passado, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, renunciou após denúncias de um escândalo de corrupção relacionado a negócios de lítio e hidrogênio no país. Os socialistas estão no poder em Portugal desde 2015. No pleito legislativo de 2022, a legenda de esquerda conseguiu uma ampla maioria, conquistando 117 cadeiras de 230 possíveis, sem ter que negociar com os outros partidos, como aconteceu nas eleições de 2015 e 2019.

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