A confusão envolvendo Novak Djokovic no Aberto da Austrália não se repetirá no GP de Fórmula 1 no país, em abril, garantiu o CEO da etapa australiana nesta sexta-feira. De acordo com Andrew Westacott, o evento não vai abrir exceções para não vacinados contra a covid-19.
Westacott disse que as regras e protocolos quanto à pandemia estão sendo trabalhados há alguns meses com o governo federal australiano, o governo estadual de Victoria e a própria cúpula da F-1. "As regras são simples para entrar no país e as regras são simples para realizar a F-1. Para vir para o evento, você terá que estar 100% vacinado e não haverá exceção para ninguém, vindo de ninguém", disse o CEO, em entrevista ao site Autosport.
A corrida, como de costume, será realizada no circuito de rua de Albert Park, na cidade de Melbourne, a mesma que sedia o Aberto da Austrália. Havia, portanto, temor na F-1 de que a situação protagonizada por Djokovic se repetisse na corrida marcada para o fim de semana dos dias 8, 9 e 10 de abril – será a terceira etapa do ano.
O tenista sérvio se envolveu numa grande confusão no primeiro Grand Slam do ano porque tentou entrar na Austrália sem estar vacinado, no dia 6 deste mês. Ele pediu e obteve uma "permissão médica especial" com ajuda do governo estadual de Victoria e da Tennis Australia, a federação de tênis do país e responsável por organizar o Aberto da Austrália.
A permissão, contudo, não foi aceita pelo governo federal, que cancelou seu visto por duas vezes. A confusão ainda contou com dois julgamentos do caso na Justiça local e um fim negativo para o número 1 do mundo, que foi deportado e agora corre o risco de não poder entrar na Austrália pelos próximos três anos.
Em sua entrevista, Westacott cutucou o Aberto da Austrália. "A Fórmula 1 reconhece por todo o globo que precisa sempre se adequar às regras das fronteiras e das jurisdições onde entra para correr. Eles estiveram em 41 países desde que estiveram em Melbourne, em 2020, e vamos recebê-los aqui novamente. Eles sabem as regras e estão muito, muito confortáveis com elas", declarou.
"Acho que nem é preciso dizer que eles estarão 100% vacinados e em conformidade com as leis. E isso significa que, quando estiverem em Melbourne, estarão operando de forma muito, muito segura. Nosso contato com a F-1 acontece desde muito tempo antes do que aconteceu no Aberto da Austrália. Trabalhamos muito próximo do governo federal, estadual, da F-1 e da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) por cerca de um ano e meio."
O campeonato volta a Melbourne após dois anos sem corrida na Austrália. Em 2020, a prova foi cancelada de última hora, de fato. Com o mundo enfrentando o surgimento da pandemia, a organização da própria F-1 decidiu não realizar a etapa a poucas horas do início do primeiro treino livre. Em 2021, também em razão da covid-19, não houve corrida em solo australiano.