Estadão

CEO do GP de São Paulo reforça entretenimento e quer recorde de público em 2023

O fã de Fórmula 1 que comparece ao Autódromo de Interlagos, neste fim de semana, já percebeu que o GP de São Paulo está mais colorido, com mais apelo visual e sonoro, muito além do ronco dos motores. A mudança não é por acaso. Sob nova gestão desde o ano passado, a etapa brasileira do campeonato reforçou o entretenimento para seguir as novas diretrizes da cúpula da F-1.

Entre sexta-feira e domingo, o autódromo recebe uma série de Djs, quatro somente contratado pela organização do GP, fora aqueles que animam os camarotes VIPs. Os shows culminam na apresentação de Kyvo, famoso DJ norueguês, amigo próximo do piloto inglês Lando Norris, da McLaren.

O Hino Nacional terá a cantora pop Iza na companhia da Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Quase ao mesmo tempo, a Esquadrilha da Fumaça deve tomar conta do espaço aéreo ao redor do autódromo. Além disso, homenagens dão o tom dos 50 anos do GP de F-1 no Brasil.

O reforço do entretenimento já estava previsto para 2021, mas as restrições impostas pela pandemia atrapalhou alguns planos de Alan Adler, CEO do GP de São Paulo. "Neste ano, conseguimos executar um pouco mais dentro do que sonhamos para o evento, guardadas, claro, todas as limitações que temos em Interlagos. É um circuito de 82 anos, mas que a cada ano está melhor e vamos melhorar a experiência", disse o gestor em entrevista ao Estadão.

Ele projetou atrações musicais em diferentes setores do autódromo. "Aos poucos, as pessoas vão ver que estamos mudando a forma do espetáculo. Estas atrações remetem à cultura brasileira. Não podemos esquecer que este evento alcança 100 milhões de pessoas ao redor do mundo, consumindo a cultura do Brasil. É uma forma de divulgar o Brasil."

Adler afirma contar com o apoio total da cúpula da F-1 nesta investida. O brasileiro se aproximou do CEO da categoria, o italiano Stefano Domenicali, ao longo do fim de semana. "Ele está muito feliz porque o evento está indo na direção que eles acreditam, na direção do espetáculo, dentro e fora da pista. Está vendo que está tendo muito acesso aos fãs porque o evento está maior", diz o empresário. "Está vendo que temos novas áreas e que estamos investindo em novas formas de se consumir esse espetáculo que é a F-1."

O CEO brasileiro diz estar satisfeito com o rejuvenescimento do público também em São Paulo, algo que também acontece em outros países. "Levei o Domenicali na exposição dos 50 anos da Fórmula 1 no Brasil, no Ibirapuera. Muita gente jovem por lá também. Todo mundo queria tirar foto com ele. Numa área VIP, ele não conseguia andar, todo mundo queria tirar foto. A garotada conseguiu rejuvenescer o esporte."

NOVO RECORDE
O GP de São Paulo bateu recorde de público no ano passado, com 181.711 torcedores ao longo dos três dias. Para este ano, a previsão é de nova marca histórica, com 230 mil. Adler, contudo, acredita que Interlagos poderá receber ainda mais fãs de automobilismo.

"Achamos que é possível aumentar a capacidade para o ano que vem, mas não sei ainda falar um número. Nosso objetivo é continuar crescendo", projeta o gestor da etapa brasileira da F-1. Ele prevê crescer em áreas VIPs, como o novo setor montado pelo patrocinador master do GP, na Subida do Café, um dos trechos finais do traçado.

"Achamos que a área da Heineken passa por experiência neste ano. Limitamos a 6 mil pessoas. Para o ano que vem, queremos dobrar essa área, tem potencial para crescer. Mas precisa ter segurança, infraestrutura e acesso. Se não, não vamos crescer. Estamos aprendendo muito neste ano."

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