A greve geral na capital mineira mobilizou três mil pessoas durante toda a sexta-feira em atos de protesto contra a lei da terceirização e as medidas de recrudescimento na obtenção dos direitos trabalhistas, segundo a presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira.
Os atos começaram às 6 horas, com um protesto em frente a uma fábrica na Cidade Industrial, em Contagem, na região metropolitana, e terminou por volta das 18h40 com protesto na Praça Sete, no centro.
A Polícia Militar, segundo sua assessoria de imprensa, não fez balanço do dia. Mas os policiais que estavam na Praça Afonso Arinos, onde foi a concentração do último ato das entidades, estimavam os presentes entre 500 e 800 pessoas, menor do que as 1,5 mil pessoas calculadas pelos organizadores no local.
Para Beatriz, o ato de hoje foi positivo para mostrar a capacidade de unidade das categorias de trabalhadores, com destaque para a ocupação simbólica do prédio do Ministério da Fazenda em Belo Horizonte, na avenida Afonso Pena, no centro. “É onde está o pior nesse governo. De onde vêm os cortes dos direitos e do Orçamento. Mostramos que não aceitamos o ajuste fiscal”, disse. Ela também ressaltou a paralisação do metrô da capital mineira, que se estenderá até a meia-noite de hoje, descumprindo ordem judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A presidente da CUT-MG afirmou que os atos continuarão até que a lei da terceirização seja rejeitada. “Se for aprovada pelo Senado, aí a pressão será pelo veto da presidente Dilma Rousseff”, afirmou. Beatriz ressaltou que a CUT-MG é contra o pedido de impeachment e defende ajustes de gastos públicos, mas sem ferir os direitos do trabalhador. “Toda administração pública precisa olhar no espelho e ver o que é realmente necessário. Quanto menos terceirização e cargos comissionados existirem, melhor”, declarou.
No último ato organizado pela CUT-MG, estavam presentes, dentre entidades e movimentos, funcionários da Cemig e dos Correios. Os Correios, por meio de nota, informou que a ausência de empregados no Estado nesta sexta-feira somou 267 trabalhadores, de um total de 13 mil, mas que os serviços foram executados dentro da normalidade. Na manhã de hoje, os colaboradores dos Correios chegaram a fazer uma manifestação na BR-262, na altura do bairro Universitário, na região da Pampulha.
Além dos atos da CUT-MG, que incluíram panfletagens, bloqueios de rodovias, protestos em frente a empresas, impedimento da entrada de funcionários em bancos e uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com a presença do senador Paulo Paim (PT-RS), que recebeu título de cidadão honorário do Estado, pela manhã alguns ônibus não circularam na capital e Contagem.
Metrô
A presidente do Sindicato dos Metroviários (Sindimetro-MG), Alda dos Santos, disse que não foi oficialmente avisada da liminar do TRT e a entidade nem sequer foi consultada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) sobre a ação judicial. “Assim que recebermos a notificação, passaremos para o nosso jurídico avaliar”, afirmou. Em uma operação normal de dia útil, cerca de 220 mil passageiros utilizam o metrô como meio de transporte na capital.